
Entrevista - O intelectual Jacques Ribemboim explica por que pediu demissão da presidência do Iphan
15/04/2024 - Jornal O Poder
Jacques Alberto Ribemboim é um escritor, engenheiro, economista, professor e historiador brasileiro. Autor de vários livros sobre Economia, História e Judaísmo, pertence ao Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano e à Academia Pernambucana de Letras. Nessa entrevista, Jacques responde o que meio mundo está curioso para entender.
O Poder - o senhor renunciou à presidência do Iphan PE, qual o motivo?
Jacques – Meu afastamento aconteceu para atender às exigências do calendário eleitoral do TSE, pois devo sair candidato a vereador do Recife. Em casos assim, chefias em órgãos públicos federais devem ser desocupadas seis meses antes das eleições.
O Poder - Qual o saldo da sua passagem?
Jacques – Entendo que deixei um legado positivo no IPHAN de Pernambuco. Esforcei-me por mudar a forma com que o órgão era visto pela sociedade, entendido como meramente fiscalizatório, impeditivo, proibitivo, dificultador. Busquei apresentar um IPHAN mais conciliador, propositivo, facilitador, realizador. E acho que consegui passar essa mensagem, inclusive com o apoio do corpo técnico da instituição, apesar de algumas resistências. Não há forma de se preservar este nosso gigantesco patrimônio cultural se não tivermos a sociedade ao nosso lado.
O Poder - No campo partidário o senhor fez uma grande mudança. Explique.
Jacques – Na verdade, nunca estive atrelado a cartilhas ideológicas, daquelas que dividem o mundo entre duas bandas, entre os bons e os maus. Talvez pudéssemos dizer que comecei meu ativismo político mais à esquerda, na época de juventude, e com o passar das décadas fui me tornando um liberal de mercado. Por muito tempo, o mundo inteiro trilhou o mesmo caminho, mas, recentemente, houve um retrocesso, com uma agudização das divergências. Sim, deixei o PV (Partido Verde), onde militei por vinte e dois anos e me filiei ao PSD (Partido Social Democrático), um partido bastante equilibrado e sem extremismos. Estou me sentindo bastante confortável em meio aos novos companheiros.
O Poder - Qual o seu projeto eleitoral?
Jacques – A única vez em que participei de pleitos eleitorais aconteceu em 2016, como candidato a vice-prefeito do Recife. E cá entre nós, tínhamos o melhor programa de governo para a cidade! Agora, em 2024, deverei sair candidato a vereador. Seria uma ótima forma de continuar prestando serviços ao Recife, esta cidade que é quase um paraíso para se viver. Faltando um bom dever-de-casa.