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Angela Simões de Farias* explica motivos da greve: as universidades federais pedem socorro

26/04/2024 - Jornal O Poder

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Greve das federais no governo Lula?

É estranho, mesmo, que esta categoria tenha ficado silente, por todo o governo anterior e agora, se mova, em greve. E poupou, justamente, aquele governo hostil à ciência, à educação.

Nas federais

A greve nas federais não é um “acidente” de trabalho, mas um “sinistro” certo.
Não se trata, tão somente, da perda inflacionária, ao longo do tempo, mas da luta “ eterna” pela valorização da categoria.
A universidade pública pede socorro.
Os hospitais federais ( os Hospitais das Clínicas), que fazem pesquisa, pedem socorro.


Inconcebível

No final da carreira, este cargo de professor/educador, com todos os títulos, esforço intelectual incalculável alcança, apenas, à metade do teto do servidor público federal.
Só os que têm outras atividades, às vezes, dupla, tripla remuneração “aguentam”.


Representação

Por sua vez, a representação da categoria tem muito a recuperar. E, em parte, por conta da atuação individualista de muitos da classe, por só cuidar da parte técnica da sua carreira. O espírito público vem desaparecendo.

Bandeiras

São muitas as bandeiras e necessárias: -Posicionar-se quanto à importância do cargo de professor universitário, por óbvio, por ser o principal instrumento transformador da educação.São os intelectuais da sociedade, por excelência.
-Tratar da promoção qualitativa do ensino, pesquisa e extensão, exigindo qualificação contínua dos servidores/ professores. Mas que essa qualificação não sirva, tão somente, para enriquecer brilhantes currículos. E, ao fim e ao cabo, obter-se uma gratificação, imoralmente, insuficiente, no contracheque.

Desestabilizar?

Outro aspecto e não de menor importância, é sobre a greve desestabilizar o atual governo.
Politicamente esta estratégia seria um desastre. Mas é uma realidade.

Arrocho

E por que arrochar o servidor público, num estado, ideologicamente “ mínimo”?
Além da greve: por que nós, o povo, deve se acostumar com a entrega deficiente dos serviços públicos?

Não se pode esquecer

Não é para esquecer, que os serviços públicos existem, principalmente, para os que deles mais precisam.
O estado “ mínimo” não é o máximo.

Façam greve

Lula e o seu governo de forma singular, parece clamar por argumentos para justificar à sociedade um aumento
para as diversas categorias de serviços públicos. Indiretamente, o governo está dizendo:
Façam greve!

Relações de poder

O momento político do atual governo tem suas relações com o congresso nacional, bem tumultuadas.
Necessitam-se de mais investimentos públicos, emparedados pelas verbas exorbitantes dos parlamentares e suas inesgotáveis emendas.
O agronegócio obteve o maior plano safra de todos os tempos, neste governo.
Enquanto isso…
No entanto, a universidade, por ser o que é tem o seu “ poder” e instrumentos para “reconhecer” o governo, que “conquistou”. E uma pretensão desestabilizadora do mesmo não deveria estar em jogo. Mas, por óbvio, que a greve resulta na sua desestabilização.
A essência da greve, paciência, é incomodar.

Dilema

Do ponto de vista pessoal, dos alunos e da opinião pública esta greve é um estorvo. Mas do ponto de vista da carreira universitária ela se legitima, até aqui.
Que momento ruim da universidade pública!
Tudo, tudo é muito penoso.

*Angela Simões de Farias é poeta, escritora e ativista do feminismo.
-Do Ministério Público/PE
-Professora de Direito Penal da FDR/ UFPE
-Pós- doutora pela Faculdade de Direito de Lisboa.

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