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É Findi – Cultura e Lazer – O escritor Xico Bizerra fala de um poema de Manoel de Barros apropriado aos tempos de pouca ternura.

03/05/2024 -

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A peneira, a água e o vento

Manoel de Barros tem um poema que, não apenas bonito (como tudo que ele pensou e escreveu), é por demais apropriado aos tempos de pouca ternura que vivemos recentemente. Versos que servem para refletir e acarinhar as almas nesses tempos de seca prolongada. Fala de um menino que carregava água na peneira. Eu também carreguei água na peneira, que nem o menino de Manoel.

Vazios e Cheios

Sabia, como ele, que era o mesmo que levar um vento roubado no bolso da camisa, mas ainda assim carregava água sabendo que tudo que da peneira escorresse serviria para regar o chão onde viriam a nascer flores. Eram águas sem espinho. Ainda como o menino, cresci e, por gostar mais dos vazios que dos cheios, pelo fato de os vazios serem maiores e até infinitos, comecei a ‘peraltar’ com as palavras crendo que com elas seria possível encher os vazios. E saí a escrever minhas besteiragens e bobagices, tentando arrumar versos e descobrir rimas, ousando fazer música, mas sonhando, sempre.

Inventar um vento

A peneira, nunca a abandonei e as flores que nasceram são a recompensa por aquele carregar, gesto pouco entendido pelos ‘sábios’ de plantão. O que sei é que valeu a pena carregar água na peneira. Falta a mim, ainda, como aquele menino, roubar um vento, escondê-lo no bolso da camisa. Quem dera um dia eu invente esse vento, saia com ele correndo para ventar o amor no coração dos homens que gostam de guerras. Aproveito e faço uma chuva bem chovida pra chover pés de fulô ...

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