Dados divulgados por um consórcio de cientistas pertencentes a institutos voltados para estudos climáticos revelaram que a tragédia observada em função das fortes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul já é considerada a 2ª maior dos últimos 10 anos do país e a 10ª com mais vidas perdidas em todo o Brasil. Até o início deste domingo (12/05) foram computados 136 mortos, 141 desaparecidos, 333 desalojados e 71 mil famílias em abrigos.

Eventos climáticos

Relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado esta semana, ressaltou que o Brasil registrou 12 eventos climáticos extremos em 2023, sendo nove deles considerados incomuns e dois sem precedentes. A associação do desastre ambiental com as mudanças climáticas foi reforçada por este documento, que analisou também o padrão histórico de eventos meteorológicos no Brasil desde 1979. E concluiu que as características locais das enchentes aqui podem ser atribuídas, principalmente, às mudanças ambientais provocadas pelo homem.

Serra das Araras

O documento cita como maior tragédia climática do país até hoje a que ocorreu em 1967 na região da Serra das Araras, no Rio de Janeiro. A estimativa é que duas mil pessoas tenham morrido nos deslizamentos de terra. A tragédia é considerada pela ONU como um dos dez piores deslizamentos de terra dos últimos cem anos.

Pernambuco

O levantamento destaca, também, as chuvas observadas em Pernambuco em 2022, que resultaram em deslizamentos de encostas, 128 mortes e famílias desabrigadas. E enfatiza que apesar de o pior estado atingido naquele ano ter sido Pernambuco, as chuvas também provocaram problemas em Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte, no mesmo período.

Outras tragédias

Outras tragédias citadas pelos cientistas foram as enchentes e deslizamentos na região
região serrana do Rio de Janeiro em 2011, que deixaram 916 mortes; deslizamentos que atingiram Caraguatuba, em São Paulo, em 1967 e deixaram 436 mortos; um temporal observado no bairro de Laranjeiras, o Rio de Janeiro, em 1967; enchente no Rio de Janeiro em 1966; deslizamentos em Petrópolis em 2022; fortes chuvas em todo o Rio de Janeiro em 2010; e enchente observada no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em 2008.