
É Findi – Cultura e Lazer – a médica e cronista Valéria Barbalho lembra os escritores do País de Caruaru
17/05/2024 -
Na última segunda-feira, 13 de maio, foi reinaugurada, em Caruaru, após longos anos fechada, a Biblioteca Municipal Álvaro Lins. Não pude ir para esse importante evento, mas enviei para o prefeito, para o presidente da Fundação de Cultura de Caruaru e para o acervo da Biblioteca, o livro "Álvaro Lins, o Gênio de Caruaru", de autoria do meu pai. O novo espaço, no belo prédio da antiga Coletoria, está muito bem organizado. Os livros foram distribuídos por categorias. Tem até espaços reservados para autores caruaruenses, mas ainda com poucos exemplares. Para ajudar os bibliotecários a completar a lista desses livros, resolvi republicar um texto sobre os escritores do País de Caruaru, que escrevi há anos. Quero deixar claro, para não causar ciúmes, que esse texto fala sobre os velhos escritores caruaruenses, contemporâneos de Seu Nelson, que já partiu há 30 anos.
Escritores do País de Caruaru
Fui à posse do Presidente do Instituto Histórico de Caruaru (IHC), o historiador Walmiré Dimeron Porto. Na ocasião, foi entregue ao “eterno prefeito”, Anastácio Rodrigues, o título de Presidente Eme?rito do IHC, e inaugurada a Galeria dos Ícones de Caruaru. No espaço situado no primeiro andar da velha Estação Ferroviária, encontram-se a faixa de Miss Mundo/1959 (da bela caruaruense Dione Oliveira, que conquistou o título em Londres), fotos antigas da cidade tiradas por Pissica, a partitura do Hino de Caruaru (do professor Machadinho) e outras relíquias que pertenceram a personalidades da nossa terrinha. Contudo, o que mais chamou minha atenção foi a estante com alguns exemplares de livros de escritores caruaruenses.
Lista grande
Mexendo nos arquivos do meu pai em busca de um documento, encontrei uma cópia de uma carta escrita por ele, em setembro de 1993, falando sobre os “escritores do País de Caruaru”. Era a sua resposta à senhora Maria da Glória Alencar, responsável, na época, pela Biblioteca Pública de Caruaru. Ela havia solicitado nomes de escritores da Terra de Vitalino, com livros publicados, para compor uma seção especial com seus títulos. Além de elogiar a iniciativa daquela senhora, meu pai sugeriu que fossem incluídos não apenas os autores nascidos em Caruaru, mas também, aqueles que adotaram a cidade como sua ou escreveram sobre ela. Na bucha, de cabeça, ele satisfez o pedido de dona Maria da Glória e lembrou-se de Alfredo Pinto Vieira de Melo (primeiro caruaruense nato a publicar livros), Irineu Malagueta de Pontes, Aurélio de Limeira Tejo, José Elísio Condé, Álvaro Lins, Baptista de Almeida, Claribalte Passos, Mario Sette (até romance sobre as Rendeiras do Cedro, de Caruaru, publicou), Gustavo de Freitas e seu filho Joel Pontes, Lycio Neves, Luiz de Castro Souza, Waldênio Porto, Antônio Fasanaro, Augusto Tabosa, Luiz Pessoa da Silva e Artur Tabosa, Pedro Eustáquio Vieira, Odílio Andrade, José Ramos de Vasconcelos, Mário Fonseca, Francisco de Assis Claudino, Lourival Vilanova, Tabosa de Almeida e seu filho Douglas, Maria das Graças Santos, Silvio Paes Barreto, Adeth Leite, Cacilda Santos (em parceria com outros poetas), Kermógenes Dias, José Condé, Austragésilo de Athaide, João Luiz Torres, Amaro Matias, Azael Leitão, João Lacerda, Zacarias Campelo e Rosalino da Costa Lima, Malude Maciel, Gianina Mastroianni, Norma Thereza (filha de José Leão), Ana Maria César, Lourdes Alves, Agnaldo Fagundes Bezerra, Aureliano Alves Neto, Aleixo Leite Filho, Cervantes, João de Deus de Oliveira Dias, Lenildo Tabosa Pessoa, Ezequias Rodrigues e Severino Moura.
Muita gente escrevendo
No final da carta, ele se justificou dizendo que certamente teria esquecido alguém e, quando lembrasse, avisaria (ele mesmo não se incluiu na lista). E ainda fez um comentário: “não sei de cidade do interior nordestino que possua tantos escritores publicados quanto a Capital do Agreste”. Um mês após essa carta, meu pai foi escrever suas histórias no céuzinho de Caruaru e a relação dele ficou incompleta.
Maior do que a feira de Caruaru
Passados mais de trinta anos, essa lista deve estar maior que a Feira de Caruaru! Brincadeiras à parte, não fiz pesquisa, mas sei que são tantos, que o dia 16 de agosto foi escolhido para ser o Dia do Escritor do Município (lei nº 4.712/08). Oportuno lembrar que ainda existem aqueles que escreveram livros, porém ainda na?o foram publicados, por razões diversas, como, por exemplo, Henrique Figueiredo e Luiz Torres. Seria ótimo que todos os autores caruaruenses (natos e honorários), ou seus familiares, se manifestassem, completando essa lista, e fizessem doação das suas publicações para o IHC. Se isso acontecer, o seu presidente vai ter que providenciar tantas estantes para comportá-los, que aquele espaço vai se transformar numa imensa Biblioteca de Escritores do País de Caruaru. Oxalá!

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