A última semana foi marcada por desentendimentos e discussões acaloradas entre deputados federais nas comissões técnicas da Câmara, de forma que há tempos não era observada. Por conta disso, o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), marcou uma reunião para avaliar, junto com líderes partidários e de bancada, mudanças no regimento interno que possa punir e coibir esse aumento de agressões de maneira mais ampla, na tentativa impedir que os ânimos cheguem a nível ainda mais alto.

Janones e Ferreira

O ponto nevrálgico da decisão se deu por conta da última quarta-feira (05/06), quando uma troca de ofensas entre os deputados André Janones (Avante-MG) e Nikolas Ferreira (PL-MG), no Conselho de Ética, terminou se transformando numa briga generalizada e acalorada. A confusão, por pouco, não resultou em socos e agressões mais fortes entre os participantes da sessão.

Caso Glauber

Em abril, também chamou a atenção a postura de um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), que ofendeu o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) por vários dias e teve acesso a percorrer todos os locais por onde passava o parlamentar. O caso resultou na retirada do homem do Congresso aos chutes por Braga — o que levou a denúncia contra ele por quebra de decoro parlamentar.

Mais rigidez

Nos governos dos presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro, o Congresso passou a ter regras mais rígidas para entrada e saída de manifestantes, o que foi muito criticado por jornalistas e pelos próprios parlamentares por inibir o acompanhamento da população à votação a maior parte das matérias — já que se trata de uma instituição cujos integrantes foram escolhidos pelo povo. Mas a preocupação maior, agora, se dá, pelo fato de as agressões estarem sendo observadas e ampliadas pelos próprios deputados.