
Assange solto - Libertação do fundador do WikiLeaks repercute também no Brasil
25/06/2024 -
É grande a repercussão no mundo inteiro da libertação do jornalista e ativista australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks. Ele deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido, ontem (24/06). Recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e embarcou em um avião para sua terra natal. Sua família, entre os agradecimentos, citou apoios que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Papa Francisco. Em Brasília, integrantes do Governo Federal definiram o desfecho do caso como "vitória tardia" da liberdade de expressão.
Acordo
A libertação de Assange foi resultado de um acordo judicial com os Estados Unidos que durou mais de 10 anos. Ele é reu em 18 processos que o acusam de ter invadido arquivos secretos do governo norte-americano. Segundo informações do Departamento de Justiça dos EUA, o acordo ainda não foi formalmente finalizado, mas envolve a admissão, pelo ativista, de ter violado arquivos e o pagamento, por ele, de um valor indenizatório. Ao mesmo tempo, também será feito um encontro de contas sobre indenização que tem a receber por ter ficado preso tanto tempo.
Detenções
Julian Assange foi libertado depois de passar mais de cinco anos numa cela de 2x3 metros, isolado 23 horas por dia. O fundador do WikiLeaks foi detido pela polícia britânica em 2019 e ficou na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, em Londres, até a manhã de ontem. Antes, passou sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas.
Documentos
Assange despertou a ira dos EUA por divulgar grande número de documentos que provavam crimes cometidos por militares americanos no Iraque e no Afeganistão, além de histórias sobre corrupção governamental e violações dos direitos humanos, cometidos pelo governo daquele país.
Lula e Francisco
Familiares do jornalista, como o seu irmão, Gabriel Shipton, agradeceram o que chamaram de "esforço global" pelo ativista e citaram autoridades como o presidente Lula e o Papa Francisco que deram declarações pedindo sua libertação. No Brasil, o assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que a libertação de Assange saiu "depois de muito sofrimento". Na visão do ex-ministro, Assange "prestou serviços positivos ao mundo ao revelar episódios sobre a política americana que ninguém mais sabia".