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Metamorfoses do antissemitismo na história contemporânea – Por Jarbas Beltrão*

09/07/2024 -

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Origens

O antissemitismo é um componente presente dentro do corpo ideológico do nazismo, aquele ingrediente, é a repercussão de um processo histórico europeu, materializado em perseguições aos grupos judaizados que chegaram a Europa com as Diásporas na Idade Média, somado a ascensão dos mesmos na estrutura social/econômica da Europa, especialmente na região Centro-Oriental e Alemanha, cultivou-se ódio a esses grupos, tratando-se de um processo de centenas de anos.





Presença dos judeus

Grupos de judaizados, ao longo do tempo, foram ganhando posições expressivas na vida econômico-financeira germânica e de toda Europa, portanto, grande influência nas cidades do continente.
Com o pós-1a. Guerra Mundial, o Tratado de Paz de Versalhes de 1919, foi traduzido pela militância política nacionalista, socialista alemã de a ‘Vergonha de Versalhes’, vez que para Alemanha foram impostos pesados ônus de indenização, e impostas pelos então vitoriosos da guerra. Grupos de alemães responsabilizaram os judaizados como culpados, pelo que consideraram traição à Pátria Alemã, o que foi agendado naquele armistício de 1919, assinado em Versalhes.

Ambiente de antissemitismo

É no ambiente de rancor nacional, que prospera, o que já era sentimento de parte da nação alemã, o antissemitismo, agora turbinado, com elementos além de nacionalismo germânico, com acréscimo de inveja social, vingança por acusações da traição de 1919 e outros. Os nacional-socialistas acusavam: "judeus de venderem a Pátria com o Tratado de Paz de Versalhes".





Nacionalismo e antissemitismo

O antissemitismo, através do Nazismo, e do seu Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, nele ocorre a fusão entre grupos de alguns militantes da ‘esquerda’ socialista e ‘direita’ nacionalista - a esquerda marxista depois da Revolução da Baviera em 1918 é expurgada do movimento nacional-nacionalista - emergindo daí um sentimento, predominantemente, nacionalista, naquele escopo ideológico do nazismo, conforme podemos extraí em ‘Godfred Felder’(‘Raízes do Nacional Socialismo’) e Adolf Hitler (‘Mein Kampf’) ambos influentes no Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, encheram-se de antijudaísmo. Então, o nacionalismo germânico foi marcado por um profundo rancor e sentimento de vingança, à ‘essa raça que precisava ser exterminada’. Assim se apresentava o fanatismo ideológico do quadro teórico do Nazismo dos anos de 1918 a 1945, onde se misturavam as frustrações sociais que originaram práticas de violências, apoiadas em vagabundagem, alcoolismo, delitos vários.

Mistura cultural

Nesse caldo cultural que já é bastante conhecido na História Ocidental, então espalhado na sociedade europeia, desembocou-se com o que já conhecemos - perseguições, prisões, holocausto dos judeus. À perseguição aos judeus eram juntados outros grupos como homossexuais, ciganos, inválidos mental e fisicamente, seguidores do grupo ‘Testemunha de Jeová’, etc.


Estado de Israel

Com o surgimento do Estado de Israel em 1949 - diga-se de passagem, os árabes palestinianos, não quiseram se apropriar da sua partilha determinada pela ONU - o antissemitismo ganha novos traços, tendo como berço, agora, a Terra da Palestina.

O novo formato do antissemitismo

Com a criação do Estado de Israel Moderno, o antissemitismo, desloca-se do foco nacionalista com mistura do antissemitismo germânico, para o ódio ao Estado de Israel, e o cenário principal torna-se o território da Palestina, aí ocorre, hoje a mistura de um antissemitismo com ‘anti-sionismo’. Assim, teremos um amálgama onde tudo fica no mesmo caldeirão, Judeus, Estado de Israel, Sionismo, com muito tempero de desinformação e esquerdismo.

Esquerdismo

Com o esquerdismo esse novo antissemitismo (islâmico terrorista) apresenta nova mistura, destacando-se, o antiocidentalismo, que em miúdos, seria: anticapitalismo e antidemocrátismo - um verdadeiro samba do crioulo doido.

Antissemitismo / esquerdismo/ terrorismo.

Dentro desse caldeirão de ideias, emerge a maluquice, totalmente insana, do terrorismo islâmico, com atos criminosos, de um pretenso ‘exército de libertação’ que ‘combate o imperalismo capitalista’, sionismo, militarismo israelense, e mais ainda, o que consideram depravação declinante e imoral do Ocidente, sob a proteção da sombra da antiga ‘guerra fria’. Esse antissemitismo é uma síntese que junta anticapitalismo, esquerdismo marxista, revolução de libertação nacional, terrorismo, anti-burguesia e anti-Ocidente.

Antissemitismo e terceiro mundismo

Nos anos 1960/70, a luta terceiro mundista, tem nas suas fileiras essa turma da ‘Libertação da Palestina’, remanescentes daqueles povos sem território, que antes se abrigavam no Império Otomano (1919), e/ou não aceitaram a partilha da ONU de 1947; posteriormente (1970), temos o surgimento de conflitos, e organizações terroristas, como: Al Fatah (OLP), Hamas, Jihad. Aquelas oriundas da Irmandade Muçulmana (pacífica), essas organizações passam a vender a ideia de que são, ‘os guerreiros da luta pelo fantasioso Estado Palestino’. O antissemitismo agora se apresenta com traços religiosos, o Islamismo, que se orienta pela pregação de Maomé, a então fé islâmica, afirma: "na Palestina só há lugar para um único Deus, Alá".

Neoantissemistimo, sionismo e esquerdismo.

O formato do antissemistismo que vigora e se espalha pela Palestina dos árabes islâmicos é composto de islamismo, anti-sionismo, antijudaísmo e encontra-se presente nas sociedades do Oriente Médio e próximo, acrescido de um novo componente, que é o esquerdismo marxista. O novo antissemitismo, somado com o esquerdismo, passa a ser parte de uma luta ‘contra o imperialismo ocidental’ denunciado por Ian Pacepa (‘A Desinformação’), Bittman, Vladislac (‘A KGB e a Desinformação Soviética’), se introduz a ideologia marxista que gera a transformação da ‘Revolução Palestina’ num confronto dentro dos quadros da ‘guerra fria’, esquerda (‘palestinos’) contra ‘imperalismo capitalista’.





Século XXI

Nos últimos anos do Século XX e ao longo do Século XXI, temos o cenário de confrontações descrito por Samuel Hutington (Livro: ‘Choque de Civilizações’) como o novo conflito Histórico.
É nesse novo ambiente que os países capitalistas e do mundo cristão seja Católico Romano, Protestante, Cristão Ortodoxo, passam a sofrer os atentados promovidos pelos grupos do Terrorismo Islâmico, então teremos a nova realidade com ‘neoantissemistismo’.

Ataques

Ataques no Século XXI, marcam a agenda terrorista, dos grupos islâmicos, como: Nova Iorque, com destruição das Torres Gêmeas do World Trader Center, Paris na Boate Bataclan, em Israel em 07/10/2023, Moscou (2 atentados, de grande monta, em menos de um ano ), Espanha, Oslo, Alemanha.

Grupos

O Terrorismo é a arma utilizada pelos novos grupos de fanáticos desse antissemitismo, que se expande além do território palestino, que cultiva o ódio a Israel, Ocidente, Capitalismo, Liberdade, Democracias e Diversidade religiosa, nesse processo surgem os grupos além-Palestina, como: Boko Haran, Houthis, Al Qaeda, Hezbollah, ISIS e outros menores.

Consórcio do terrorismo islâmico

Os grupos terroristas islâmicos, que vão agindo em territórios europeus ocidentais - vestem a fantasia da Libertação - são movidos pelo mesmo sonho, transformação do Planeta Terra, num ‘novo Califado Muçulmano’, no ‘Planeta de Alá’. O espírito desses grupos estão presentes em seus cultos marcados em suas mesquitas ou praças públicas com aclamações de: ‘Morte à América’, ‘Morte ao Ocidente’.

O Planeta de Alá

O projeto do ‘Planeta de Alá’ está dentro da plataforma do ‘Estado Palestino’ / ‘Free Palestine’, tendo como guia a ‘Sharia’ e o ‘Corão’. No Ocidente, são formados multidões de seguidores desinformados, que se manifestam nas ruas das grandes cidades e nos campus universitários conduzidos por muita desinformação.

Tenho dito.


Autor

*Jarbas Beltrão, Ms., é professor de História da UPE

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