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Gol de Letra – Coluna Semanal por Roberto Vieira* - As memes de Haddad

22/07/2024 - Jornal O Poder

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Um festival de memes sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, inunda o país. Centenas de paródias explodiram nas redes sociais e atingiram até a Times Square, em Nova York. O governo afirma que as memes são manobra da extrema direita para desestabilizar o bom trabalho de Haddad. Mas será que meme é coisa nova? E será que meme é coisa da extrema direita?

Rui Barbosa

No passado, as memes recebiam o nome de charges. Eram uma forma simples de expor uma situação ou personagem de forma rápida, utilizando pouca ou nenhuma palavra. Capturando a essência da história, charges tinham o poder de construir ou destruir reputações. Rui Barbosa, a Águia de Haia, tido como a maior inteligência brasileira da época, penou horrores nas páginas da revista O Malho que malhava o eterno candidato a presidência sem dó nem piedade.





Carlos Lacerda

O genial jornalista e político Carlos Lacerda tinha defeitos equivalentes a suas qualidades. O jornalista Samuel Wainer não teve dúvidas. Aliado de Getúlio Vargas, solicitou ao chargista Lan a imagem de um corvo com as feições de Lacerda. A manobra atingiu em cheio Lacerda, eterno crítico dos políticos nacionais. Lacerda até a morte teria sua imagem ligada aos corvos.

O Pasquim

Não se sabe porque a ditadura militar permitiu que uma seleção de gênios publicasse o Pasquim. Todos passaram pelo xilindró, mas no processo expuseram as entranhas da censura e tortura, trucidaram reputações e erraram também muito alvo pelo caminho em nome da democracia. Jaguar, Ziraldo, Tarso e cia. beberam na fonte da história das charges brasileiras e, provavelmente, iriam aplaudir as memes de Haddad - a não ser que a ideologia prevalecesse. Ideologia que é túmulo para o humor e o humorista, diria Chico Anísio.




Delfim

O ministro Delfim Neto era prato cheio para cartunistas. Gordo, inteligente, parceiro da ditadura militar, Delfim comandou do milagre ao fracasso da economia de Médici a João Batista Figueiredo. A velhinha de Taubaté, o programa Viva o Gordo e Ziraldo usaram e abusaram do físico avantajado de Delfim. Descanso ele só teve mesmo ao ficar amigo de Lula.
A charge pernambucana

O Amigo da Onça foi obra antológica do pernambucano Péricles de Andrade Maranhão... mas o Amigo falava sobre costumes. O negócio na política mesmo ferveu com Cleriston quando abandonou a faculdade de administração e foi fazer jornalismo e Lailson, roqueiro, estudante de intercâmbio e professor de inglês que ja achava todo brasileiro um chargista em potencial. Com os dois, mais Romildo Araújo Lima, o RAL, e Eloisio Liborio de Melo, os anos 1980 foram tempos de críticas dignas dos memes de Haddad. Tudo porque a censura cochilou nos estertores do golpe militar.





Aceita que dói menos

Collor penou com Chico Caruso, FHC com Angeli e o primeiro Haddad com Salomão no Antigo Testamento. Milan Kundera explicou no livro A BRINCADEIRA - já leu, Haddad? - que brincadeira era troço perigoso na antiga Tchecoslováquia. Charges, memes, comédia, sátira são todos farinha do mesmo saco. Atualmente, a praça da piada é do povo com as redes sociais. Não dá para processar 200 milhões de pessoas, Gleisi. O conselho é o atual governo aceitar a taxação de taxador numa boa. Segurem a Coisa. Até porque, meme no governo dos outros é refresco de pitanga.

Autor

*Roberto Vieira é médico e cronista

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