Hylda Cavalcanti

Uma disputa política entre os governos Federal e do Distrito Federal tem criado problemas em Brasília e preocupado técnicos, parlamentares, secretários do DF e ministros de Estado. O caso diz respeito a uma área de 4,2 milhões de m² que foi cedida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020 ao Exército. O Comando Geral do Exército, por sua vez, doou o terreno para o Governo do DF (GDF), para a construção de um novo bairro.

Doação inválida

Com o argumento de que não foram assinados todos os documentos que formalizariam a doação e de que há necessidade de outras obras para beneficiar a população, o Governo Federal reivindica a área de volta para a União.

Punição ?

Na prática, a polêmica tem sido vista, para além da questão técnica, como uma disputa entre petistas e bolsonaristas, de forma a mostrar irregularidades e ingerências feitas o governo anterior. Ao mesmo tempo, como uma forma de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva punir, implicitamente, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), que apoiou Bolsonaro nas eleições de 2022. Nenhum dos dois deu declarações sobre o tema.

Desgaste maior

Já os parlamentares e políticos de dentro dos ministérios, temem que o caso leve a um desgaste de proporções maiores, envolvendo o Exército brasileiro, uma vez que a área foi doada por esta força armada ao GDF. No período da doação, a iniciativa foi anunciada como uma forma de ajudar o Poder Executivo do DF na construção de um novo bairro para acomodar a população de menor renda.

Reunião

Por parte do Governo Federal, por sua vez, a área, que fica na região da antiga rodoferroviária de Brasília, está prevista para ser recuperada e ser usada para a instalação de estação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que ligará a capital do país a Luziânia (GO), localizada no Entorno do DF com Goiás. Está sendo aguardada, nesta semana, uma reunião do ministro dos Transportes, Renan Calheiros Filho, com representantes do Exército e secretários do DF para tratar da questão.