
Brasil - População só cresce até 2041. Depois haverá mais mortes do que nascimentos
22/08/2024 - Jornal O Poder
A população brasileira atingirá seu ápice em 2041, quando chegar a 220.425.299 habitantes. Depois desse ano, o número de brasileiros começará a diminuir, chegando aos 199.228.708 até 2070. Isso significa dizer que, em menos de duas décadas, o Brasil já terá um crescimento negativo; ou seja, o número de mortes será maior que o de nascimentos e a população terá um envelhecimento ainda mais acelerado. Os dados são do IBGE, divulgados hoje.
Redução de gente
Esse ponto de inflexão populacional, entretanto, varia muito entre as unidades da federação. Os primeiros Estados a registrarem o crescimento negativo serão Alagoas (2027), Rio Grande do Sul (2027) e Rio de Janeiro (2028). Em São Paulo, a virada demora mais um tempo e só deve acontecer em 2037, segundo o IBGE. Os últimos Estados a terem crescimento negativo serão Santa Catarina e Roraima, ambos em 2064.
Envelhecimento consolidado
O envelhecimento da população brasileira é uma tendência que já vem sendo registrada pelo IBGE há décadas e, segundo os últimos números, deverá estar consolidada nacionalmente em duas décadas. Este fato evidencia a tendência do fim do chamado bônus demográfico (quando a proporção de jovens, a população economicamente ativa, é maior do que a de idosos e crianças, elevando as chances do País elevar o seu PIB).
Em 2030, os idosos serão maioria
O período de bônus demográfico começou há cerca de 50 anos e já começa a perder seus efeitos antes mesmo de 2030, quando a maior parcela da população já será de idosos, aumentando a pressão sobre os gastos em saúde e previdência social.
Avanço rápido
Entre 2000 e 2023 a proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do País serão idosos. Por outro lado, o total de crianças de 0 a 14 anos entre 2000 e 2022 recuou de 24,1% da população para 19,8%. Para se ter uma ideia, em 1980, os mais jovens eram 38,2% e os mais idosos apenas 4%.
Pirâmide invertida
Com mais idosos do que jovens, agrava-se a questão da aposentadoria. Serão menos jovens no mercado de trabalho para subsidiar os benefícios da previdência dos mais velhos. Como toda previsão tem suas falhas, é possível que mais adiante aconteça ajustes na política previdenciária que evite o caos ou a suspensão, por falta de fundos, das aposentadorias. A nova geração tem que estar atenta a este risco.
