
É Findi – Cultura e Lazer – O cronista Romero Falcão redescobre a Sorveteria Olinda, sabor de tradição
24/08/2024 -
Todas as vezes que ando por Olinda antiga, Olinda alta, tenho desejo de ser ladeira, igreja, badalo de sino, beijo de carnaval, casario, paisagem de mar. Tenho vontade de ser História na boca do menino-guia de turismo. Semana passada, estava de bobeira, perambulando lá por cima, desci a inclinada rua Quinze de Novembro, dei de cara, por acaso, com a Sorveteria Olinda. Quando vi as cadeiras na calçada, não hesitei, entrei. A ambientação, decoração, atmosfera, me conquistou. Antes de experimentar o sorvete, fui com curiosidade explorar a casa comprida, alegre e grande. O cliente pode fazer isso, o sabor já começa dessa maneira, com gosto de azulejo português. Lá no fundo o quintal, as bananeiras, a calma, o silêncio de mosteiro. Em cima de uma mesa, o livro de visitantes. Deixei lá o meu Falcão com todas as garras.

Sabores exóticos
Fui ver de perto as vasilhas de sorvete, me encantei com sabores exóticos: cumaru, jenipapo, amora, bolo de noiva, coco com manga, caipirinha, banana com passa de caju e tantos outros de pura fruta. Provei vários, tudo uma gostosura, a consistência leve, o ponto perfeito do açúcar, a textura suave na boca. Fazia muito tempo que não tomava um sorvete tão delicioso, diferenciado e por um preço justo. O funcionário é simpático, a casa acolhedora. Dei com a vista em Jota Borges e outros recantos da arte. Fiquei por ali, preguiçoso, com vontade de escrever nos guardanapos, com vontade de ser sorvete da Sorveteria Olinda.