Tempos de convocação da seleção brasileira para as eliminatórias e tempo de eleições. A propaganda eleitoral já ganha as ruas do nosso país, mas o futebol da seleção não empolga mais como empolgava antigamente. Tanto que é bem mais fácil formar uma seleção dos políticos da história pernambucana do que uma razoável seleção brasileira com Dorival Júnior. Vivemos no tempo em que o cidadão conhece um por um os ministros do Supremo Tribunal Federal, mas desconhece o meio campo da canarinha. Então, vamos bancar o mitológico técnico Gentil Cardoso e escalar o escrete da Direita das nossas urnas – se bem que nem sempre tivemos urnas nas quatro linhas da nossa política.

Defesa

O goleiro da seleção pernambucana da política só poderia ser o China Gordo, Agamenon Magalhães. Goleiro para todas as defesas do seu time, comanda a retaguarda com consenso desde que a zaga jogue no seu diapasão. Gosta de sair jogando com seu half direito, Roberto Magalhães, que troca passes com Barbosa Lima Sobrinho, zagueiro lançado na equipe por Agamenon. Para contrabalançar o quinteto defensor das redes da Direita, nada melhor do que Cid Sampaio e Nilo Coelho, dupla popular nas arenas dos anos 1960 e 1970. Juntos são imbatíveis.





Meio campo

Os dois volantes da seleção são grandes destruidores de jogo no melhor estilo dos primeiros anos do esporte bretão. Rosa e Silva e Dantas Barreto não se falam em campo, mas ai de quem ousar passar por eles. Nelson Rodrigues não gostaria da escalação dos dois, mas entende que Joaquim Francisco e Sérgio Loreto só podem ter liberdade de criação no meio campo sabendo que tudo está tranquilo na roubada de bola. Os quatro vivem dando o máximo de si, pois João Cleofas já tentou uma vaguinha no time por três vezes e pode tentar outra vez.





Ataque

Muitas são as opções de ataque na Seleção da Direita. Muitos advogam que Gustavo Krause por sua inventividade, traria um pouco de poesia ao time pragmático escalado, porém Moura Cavalcanti e Manoel Borba ganham a posição no grito. Carlos de Lima Cavalcanti sonhou com a vaga, mas lá atrás, Agamenon vetou. Para muitos, Estácio Coimbra também merecia uma chance, entretanto Gilberto Freyre e Estácio zarparam na madrugada como Leandro e Renato Gaúcho na Copa de 1986 e o técnico da seleção deixou ambos de fora.

Técnico

O comando técnico do escrete foi entregue a Marco Maciel. Alto, magro, espartano, somente Marco poderia botar esse time no eixo. Quando foi escolhido para determinar a tática em campo, Marco tergiversou dizendo que a tática dependia sempre do adversário. Todo time de Marco Maciel precisa aprender a conviver na divergência, já que, segundo ele, os onze em campo estão obrigados a conviver. E apesar de não escalar Gustavo Krause na equipe, resta lembrar que Maciel trouxe o discípulo para ser auxiliar técnico dizendo com sinceridade: Gustavo é o único que já jogou bola neste grupo!

Seleção da esquerda na próxima semana

Semana que vem teremos a escalação da Seleção da Esquerda Pernambucana. O duelo entre as equipes será jogado em local a ser sorteado, afinal de contas, José do Rego Maciel, Eládio de Barros Carvalho e Adelmar da Costa Carvalho também flertaram com a política. E todos também eram de Direita. Já a Arena Pernambuco foi vetada pelo MDB.

Autor

*Roberto Vieira é médico e cronista Compartilhar esta notícia Deseja receber O PODER e artigos como esse no seu zap ? CLIQUE AQUI.