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Gol de Letra - Coluna Semanal - Roberto Vieira*, em crônica genial, escala a seleção eleitoral de todos os tempos da esquerda de Pernambuco

02/09/2024 -

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Estamos em tempo de eleições e de convocação para a seleção brasileira de futebol nas Eliminatórias da Copa de 2026. Semana passada tivemos a escalação da Seleção da Direita Pernambucana e prometemos a definição do escrete da esquerda para quem ficou imaginando quais os craques socialistas poderiam brilhar no campo dos sonhos da igualdade social. Após treino apronto no estádio das Ligas Camponesas, foram definidos os onze titulares e o uniforme de jogo. Um padrão vermelho com as iniciais CCCP. 

Defesa

O goleiro Miguel Arraes foi importado do Ceará para garantir a segurança da seleção socialista. Jogador das antigas, Arraes poderia jogar em qualquer posição da equipe, mas gosta de cantar o jogo lá de trás definindo o posicionamento dos companheiros nas quatro linhas. O lateral direito Eduardo Campos é o único que se faz ouvir por Arraes, sendo o mais jovem numa defesa com muita história nas costas. Afinal de contas, Marcos Freire e Gregório Bezerra incomodam qualquer atacante depois de ganharem o apelido de O Belo e a Fera do cronista Aramis Trindade. Qualquer dificuldade na saída de bola, basta apostar na habilidade de Fernando Lira pela esquerda, amigo de todas as horas do genial Vadinho do Central. 






Meio-campo

Quando se tem craque bastam dois no meio-campo. Jarbas Vasconcelos carrega o rubro negro no peito e toca de primeira quando percebe o olhar de Pelópidas da Silveira no espaço vazio. Pelópidas ganhou o prêmio Belfort Duarte pelo comportamento exemplar no gramado, mas Jarbas avisa que de vez em quando é preciso morder o adversário no seu próprio jogo. Convidado várias vezes para jogar na Direita, Jarbas até tem amigos por lá, mas seu coração é o MDB. Roberto Freire foi cotado para o time, mas a comissão técnica preferiu preserva-lo para a seleção de basquete.






Ataque

A entrada da jovem Cristina Tavares na ponta direita do ataque da Esquerda é uma solução para a presença fundamental da mulher na política e no esporte. Como diria Sastre, cada mulher deve inventar seu caminho. O ponta de lança da equipe é o limoeirense Cristiano Cordeiro, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro em 1922. Ameaçado de não ser convocado devido a suas declarações sobre o movimento comunista de 1935, Cristiano forma uma dupla de ataque digna dos tempos heroicos do futebol com Francisco Julião. Julião deu seus primeiros chutes nos certames de Bom Jardim enquanto escrevia poesias nas noites sem bola. Na ponta esquerda, dizendo que o jogo ele conta como o jogo foi, atua Paulo Cavalcanti, um atleta que enxerga tudo e guarda tudo na memória secular. Para se defender de Paulo, o marcador do time adversário tem de prender Paulo mais de mil vezes. 





O técnico

Para comandar tantos craques, alguns rebeldes, outros românticos, a maioria dona de si mesma, nada melhor do que um político de Garanhuns, três vezes presidente do Brasil e que gosta de futebol. Apesar de radicado em São Paulo, Luís Inácio Lula da Silva conhece bem seus comandados. Lula é tudo que a seleção sonhou um dia. E para aqueles momentos nos quais nem mesmo a prosa de Lula dê jeito, nada melhor do que seu diretor de futebol, o arcebispo Dom Helder Câmara. Cearense como Arraes, dono de oratória ímpar, Dom Helder respondeu a críticas do Diario de Pernambuco sobre a mudança de posição de alguns jogadores da seleção durante as partidas, como se fosse o Carrossel Holandês na Copa de 74: caros amigos jornalistas, feliz de quem entende que é preciso mudar muito para continuarmos os mesmos. Até Cruyff embolou de rir. 

*Oftalmologista e cronista. Escreve às segundas-feiras em O Poder.
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