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160 anos da Rainha da Borborema- Tradição, costumes e modernidade se misturam na Feira Central de Campina Grande

11/10/2024 -

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Severino Lopes
O Poder


Campina Grande celebra nesta sexta-feira 11 de outubro, 160 anos de Emancipação Política. Como forma de prestar uma homenagem a Rainha da Borborema, O Poder mostra um pouco da história e da rotina da Feira Central da cidade, uma das mais importantes do Nordeste e que tem resistido ao tempo e a modernidade e se tornado fonte de renda para centenas de paraibanos.

A memória

Tradição, empreendedorismo, memória, resistência e ponto turístico. Ao redor da Feira Central de Campina Grande, a 120 quilômetros da capital João Pessoa, os negócios atravessam o tempo, sobrevivem.






Visita

Recentemente O Poder visitou o local e constatou como os fenômenos do passado resistem à modernidade. O vai e vem ainda é interminável. Aos sábados o movimento é maior. Gente para todo o lado, sendo que nos corredores de maior movimento as pessoas desaparecem do alcance da vista em meio aos bancos de frutas e verduras.

O movimento

O movimento é intenso. E tem sido assim há mais de sete décadas. Conforme ressaltou o administrador da feira, Agnaldo Barbosa, aos sábados mais de 80 mil pessoas de Campina Grande e várias cidades do Compartimento da Borborema circulam pelo local.

A modernidade

A modernidade, que ganhou força com o advento da era digital, mudou alguns costumes, mas não tirou a essência e as características dos comerciantes. Muitos tiveram que se reinventar para manter os seus negócios que atravessam gerações.






Reconhecida

Reconhecida desde 2017 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural do Brasil, a Feira Central de Campina Grande tem as suas particularidades e ajudado a transformar vidas. Há décadas é fonte de renda para centenas de famílias. Muitos negócios surgiram dentro e no entorno dela, e sobreviveram ao tempo.

Pontos

Atualmente existem mais de 4.400 pontos comerciais gerando emprego e renda, em um território de 75 mil metros quadrados, dos quais 3.200 mil estão instalados apenas no mercado central.

A diversidade

A diversidade é uma das características do local e movimenta os 2.309 feirantes que tiram dali o sustento. Os bancos estão sendo carregados. E as ruas tomadas por mercadorias, muitas espalhadas no chão. Frutas, hortaliças, cereais, ervas, carnes, animais vivos ou já abatidos, roupas, flores, doces, artesanato, acessórios para pecuária, comida regional e um extenso leque de serviços que trazem consigo os personagens que dão vida ao lugar. Na feira tem de tudo e tantos outros personagens com seus saberes e ofícios tradicionais.






Variedade

Estes negócios, com uma variedade infinita de produtos, estão distribuídos em diversos pontos, como na feira de flores, feira de galinha, feira de peixe, frutas, feira de queijo e no mercado central. Um celeiro de cultura, variedade, diversidade e história.

O Administrador

O administrador da feira, Agnaldo Batista, contou ao O Poder que a Feira Central não pode ser compreendida como um espaço comum, uma vez que a estrutura mercadológica e os espaços que nela existem se configuram como um verdadeiro complexo mercantil, composto por um mercado varejista e um comércio atacadista.

Observou

Agnaldo observou que as práticas de vendas extrapolam as ruas adjacentes ao mercado central, e engloba várias ruas. Filho de feirante, o administrador, que chegou no mercado central ainda criança, ressaltou que hoje vive de memórias e sentimentos.

“Ainda tem muita gente que não abre mão de visitar a feira. Uma tradição que dura anos. As pessoas preferem fazer as suas compras na feira central, mesmo com o surgimento dos atacadões e outras formas de comércio “, frisou o administrador.

Associação Comercial

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande, o empresário Sidney Toledo, destacou em entrevista ao O Poder, que a Feira Central é um dos mais importantes equipamentos sociais e econômicos da cidade, visto que há décadas tem incentivado o surgimento de negócios e consequentemente gerando emprego e renda.

“O mercado central é um equipamento altamente importante para a cidade de Campina Grande que tem na sua essência o comércio, sobretudo com os mercadores que vieram para cá e que fizeram com que Campina crescesse” destacou.

A modernidade na vida dos feirantes

O colorido das frutas e verduras espalhados em cima dos bancos até hoje chamam atenção dos consumidores. Os gritos de convite e de ofertas se multiplicam nos horários de maior movimento. É difícil resistir e não se render ao apelo mercadológico que surge dos bancos de madeira, alguns velhos e gastos pelo tempo. Os corredores, cercados por bancos e produtos retratam histórias de vida.

Qualidade

Sinônimo de qualidade e diversidade, as feiras livres oferecem produtos muitas vezes colhidos no próprio dia, diretamente dos produtores para os consumidores. Nos últimos anos a modernidade chegou à Feira Central de Campina Grande. E inevitavelmente mexeu com a vida de muitos comerciantes que tiveram que se reinventar para não serem “engolidos” pelo fenômeno dos novos tempos. Para não perder os clientes, eles precisaram aderir a era tecnológica e recorrer a práticas até então desconhecidas.


A era do pix

Nascida no coração da cidade, a Feira Central passou por diversas mudanças, e, inevitavelmente, foi afetada pelos novos atrativos da era pós-moderna. A era do pix, meio de pagamento instantâneo por transferência, já faz parte da vida de praticamente todos os feirantes.

A máquina do cartão

A maquineta do cartão de crédito virou um acessório indispensável. E as placas indicando os preços dos produtos ganharam a companhia de um cartaz com o QRCode PIX. Comprou e pagou na hora, sem a necessidade do dinheiro vivo. A cédula caminha para virar moeda rara na era digital.

“Estamos vivendo outros tempos. Agora além de dinheiro em espécie, os pagamentos podem ser feitos com cartão de crédito ou débito. Há algum tempo passamos a usar o PIX, que evita o manuseio das maquininhas por nós e pelos clientes”, contou ao PB Agora o comerciante Marinaldo Pereira Santos, que há anos tem um açougue bem no coração do mercado central.

Espaço para o turismo

Poesia popular, repente e cordel. Um dos maiores desafios do momento é alavancar a Feira Central de Campina Grande ao patamar de um espaço atrativo ao turismo. Isso porque a riqueza cultural que faz parte das entranhas do espaço tem ficado esquecida.

Tradição, costumes e empreendedorismo

“Fumo de rolo arreio de cangalha. Eu tenho pra vender, quem quer comprar. Bolo de milho broa e cocada. Eu tenho pra vender, quem quer comprar”. O trecho da música “Feira de Mangaio” composta por Severino Dias de Oliveira, conhecido popularmente com Sivuca, um renomado músico, acordeonista e compositor brasileiro, em parceria com Glorinha Gadelha, retrata bem a Feira Central de Campina Grande.

Banco de fumo

O banco de fumo de dona Maria das Dores da Silva, de 65 anos, existe há décadas. Ela herdou o comércio de seus pais, Sebastião e Emarina Gomes. Há 50 anos vende fumo de rolo no mesmo lugar. Tem os clientes certos, mas confessa que antes ganhava mais dinheiro.

Lembra

Sentada em um tamborete, com expressão séria, ela lembra dos bons tempos, mas também observa que ainda é possível explorar uma das maiores e antigas feiras da Paraíba.

O tempo

No cerne da feira, a impressão que se tem é que alguns feirantes ficaram congelados no tempo. Muitas chegaram ao local ainda crianças. E não saíram mais como é foi o caso de Marinaldo Pereira Santos, Gilberto Florentino da Silva, José Adilson Martins, Rosalvo Leal e tantos outros.

Entroncamento

O sociólogo Luciano Albino ressaltou que Campina Grande surgiu do entroncamento comercial de duas culturas, sendo elas: a cultura da cana de açúcar do litoral e a cultura do gado que era do interior, tendo a Feira Central, um papel importante para consolidar essas culturas. Na visão dele, a feira é um lugar de encontro, de troca de experiência e de uma economia solidária.

No coração de Campina

Entre tantas histórias de superação, criatividade e resistência, a Feira Central ainda é uma das maiores existentes no país. Atravessando décadas, ela segue como um dos mais importantes espaços de Campina Grande, responsável por manter negócios e contribuir para o aquecimento da economia local, seja com vendas e agora com o turismo em suas diversas nuances, desde cultural, experiência, gastronômico, de consumo, sustentável e até mesmo de adrenalina, com passeios por locais de difícil acesso.
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