Temporal - Com morte e desaparecidos, Bahia segue com alerta de chuvas intensas
28/11/2024
A chuva
A chuva, no entanto, perde força na região Nordeste após dias de tempestade, e chega com mais intensidade ao Centro-Oeste e, especialmente, ao Sul do país.
Previsão
A previsão é de chuva que pode variar de 30 a 60 milímetros por hora (mm/h) ou de 50 a 100 milímetros por dia (mm/dia). Há risco de alagamentos, deslizamento de encostas e transbordamento de rios.
Novo aviso
O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu, um novo aviso de acumulado de chuva para Salvador e outras cidades baianas. O grau de severidade foi classificado como perigo.
Orientações
As orientações para a população incluem observar alteração nas encostas; e, se poss...
A chuva
A chuva, no entanto, perde força na região Nordeste após dias de tempestade, e chega com mais intensidade ao Centro-Oeste e, especialmente, ao Sul do país.
Previsão
A previsão é de chuva que pode variar de 30 a 60 milímetros por hora (mm/h) ou de 50 a 100 milímetros por dia (mm/dia). Há risco de alagamentos, deslizamento de encostas e transbordamento de rios.
Novo aviso
O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu, um novo aviso de acumulado de chuva para Salvador e outras cidades baianas. O grau de severidade foi classificado como perigo.
Orientações
As orientações para a população incluem observar alteração nas encostas; e, se possível, desligar aparelhos elétricos e quadro geral de energia. “Em caso de situação de inundação, ou similar, proteja seus pertences da água envoltos em sacos plásticos.
Alerta vermelha
A Defesa Civil de Salvador, na Bahia, está em "alerta vermelho" máximo por causa das chuvas dos últimos dias. A capital baiana registrou mais de 219 milímetros de chuvas nas últimas 72 horas, o dobro da média histórica.
O triplo
Em alguns locais já choveu mais que o triplo da média para o mês, como é o caso da avenida San Martin e Retiro, que ultrapassaram os 360 mm de chuva.
Mobilizou
Por causa do temporal, a Prefeitura mobilizou equipes de vários órgãos para reduzir os impactos das chuvas. Nos últimos três dias, ocorreram cerca de 270 pedidos de ajuda, a maior parte por causa de deslizamentos de Terra ou Ameaças de Deslizamento. (O Poder)

Leia outras informações
Floresta realiza neste sábado (20) encontro de maracatus na 17ª Celebração da Consciência Negra
20/12/2025
Conforme explicaram os organizadores, será realizado um grande cortejo cultural e encontro de Maracatus, saudando e homenageando as raízes e populações de matriz africana. O evento será realizado no Bairro DNER, a partir das 19h. A concentração será ao lado da igrejinha de São Francisco.
17ª Celebração da Consciência Negra.
Local: Bairro DNER, em Floresta (PE)
Horário: A partir das 19h
Quem estiver em Floresta ou morar neste município pernambucano terá a oportunidade de presenciar e participar, neste sábado (2), da 17ª Celebração da Consciência Negra. O evento é organizado pelo Movimento pela Consciência Negra em Floresta e marcado pela apresentação dos Pontos de Cultura Tambores da Resistência e Maracatu Afrobatuque, dentre vários outros.

Conforme explicaram os organizadores, será realizado um grande cortejo cultural e encontro de Maracatus, saudando e homenageando as raízes e populações de matriz africana. O evento será realizado no Bairro DNER, a partir das 19h. A concentração será ao lado da igrejinha de São Francisco.

17ª Celebração da Consciência Negra.
Local: Bairro DNER, em Floresta (PE)
Horário: A partir das 19h
Congresso corre e consegue aprovar Orçamento da União para 2026 antes do Natal
20/12/2025
A previsão é de despesas totais de R$ 6,5 trilhões e meta de superávit de R$ 34,2 bilhões — que será cumprido se o déficit for zero ou se chegar a um superávit de R$ 68,6 bilhões. O texto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seguridade Social
Do total de despesas, R$ 6,3 trilhões são direcionados aos orçamentos fiscal e da seguridade social (OFSS) e R$ 197,9 bilhões ao orçamento de investimento das estatais. O limite de gastos para os ministérios e os demais Poderes pa...
Muita gente, até mesmo assessores parlamentares e cientistas políticos, achavam que o Congresso não conseguiria votar o Orçamento Geral da União (OGU) para 2026 antes do ano acabar, em meio a tantos atrasos, mas os deputados e senadores conseguiram. Em sessão conjunta da Câmara e do Senado, nesta sexta-feira (19), foi aprovado o parecer do relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) para o próximo ano.
A previsão é de despesas totais de R$ 6,5 trilhões e meta de superávit de R$ 34,2 bilhões — que será cumprido se o déficit for zero ou se chegar a um superávit de R$ 68,6 bilhões. O texto segue agora para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seguridade Social
Do total de despesas, R$ 6,3 trilhões são direcionados aos orçamentos fiscal e da seguridade social (OFSS) e R$ 197,9 bilhões ao orçamento de investimento das estatais. O limite de gastos para os ministérios e os demais Poderes passou a ser de R$ 2,4 trilhões.
O texto destaca ainda que 28% do OFSS será destinado exclusivamente para o pagamento de juros da dívida pública, o que equivale a R$ 1,82 trilhões. Esse montante envolve a amortização do principal da dívida contratual ou mobiliária com recursos obtidos por novas operações de crédito (emissão de títulos).
“Descontado o refinanciamento da dívida, a receita projetada para 2026 é de R$ 4,5 trilhões, sendo R$ 3.27 trilhões (72,6%) provenientes de receitas correntes e R$ 1.237,6 bilhões (27,4%) de receitas de capital”, diz o parecer.
O salário mínimo de 2026 será de R$ 1.621, R$ 10 abaixo da estimativa inicial do governo. Para 2026, também haverá uma despesa extra com o fundo eleitoral, programado em cerca de R$ 5 bilhões.
Emendas
O relatório prevê cerca de R$ 61 bilhões em emendas parlamentares. Desse total, cerca de R$ 37,8 bilhões serão destinados a emendas impositivas, de pagamento obrigatório. As emendas individuais, dos deputados e senadores, somam R$ 26,6 bilhões; as de bancada, destinadas às bancadas estaduais, ficaram com R$ 11,2 bilhões. Já as emendas de comissão, que não têm execução obrigatória, somam R$ 12,1 bilhões.
Outros R$ 11,1 bilhões estão previstos no parecer como parcelas adicionais, para despesas discricionárias e para projetos selecionados no Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC).
Créditos adicionais
Além do Orçamento para o próximo ano, foram aprovados outros 20 projetos de lei que abrem créditos adicionais no Orçamento de 2025. Entre eles estão o PLN 6/2025, que destina R$ 8,3 bilhões para a constituição do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, previsto na reforma tributária; e o PLN 18/2025, que abre crédito suplementar de R$ 3 milhões para a Companhia Docas do Ceará.
Os recursos, resultantes de cancelamento de outras dotações, serão usados para aquisição de equipamentos e para estudos náuticos de manobrabilidade e navegabilidade necessários para o recebimento de navios porta-contêiner. Líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP) comemorou a aprovação do orçamento ainda este ano e disse que é” fundamental para celebrar conquistas de 2025 em 2026”.
— Com Agência Brasil
Bolsonaro tem cirurgia autorizada, mas continua sem direito a prisão domiciliar
20/12/2025
Bolsonaro precisará fazer mais uma cirurgia para tirar uma hérnia inguinal bilateral, que tem lhe provocado vários problemas, inclusive sérias crises de soluço. Mas ele ficará entre o período da cirurgia e o da alta hospitalar no próprio hospital, cercado por policiais. E depois, retornará direto para a superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena.
Junta médica
A autorização foi concedida pelo ministro após laudo de uma junta médica confirmar a necessidade da operação. Já em relação à prisão domiciliar, o magistrado ressaltou, na mesma decisão, que o ex-presidente pode receber atendimento médico particular...
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro a deixar a prisão para realizar uma cirurgia no Hospital DF Star, em Brasília, em data ainda a ser marcada. Porém, negou o pedido para que, após o procedimento, ele cumpra um período de prisão domiciliar.
Bolsonaro precisará fazer mais uma cirurgia para tirar uma hérnia inguinal bilateral, que tem lhe provocado vários problemas, inclusive sérias crises de soluço. Mas ele ficará entre o período da cirurgia e o da alta hospitalar no próprio hospital, cercado por policiais. E depois, retornará direto para a superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde cumpre pena.
Junta médica
A autorização foi concedida pelo ministro após laudo de uma junta médica confirmar a necessidade da operação. Já em relação à prisão domiciliar, o magistrado ressaltou, na mesma decisão, que o ex-presidente pode receber atendimento médico particular sem autorização judicial e que há uma equipe da PF para atendê-lo em caso de emergência.
“O réu está custodiado em local de absoluta proximidade com o hospital particular onde realiza atendimentos emergenciais de saúde - mais próximo, inclusive, do que o seu endereço residencial - de modo que não há qualquer prejuízo em caso de eventual necessidade de deslocamento de emergência”, frisou.
— Com Agências de Notícias
Correios estão em greve, mas decisão do TST garantiu que presentes enviados por Papai Noel neste natal não sofram atrasos
20/12/2025
Num país com grandes desigualdades o direito de greve é uma vitória construída pelos trabalhadores e merece ser sempre defendido. Mas uma greve iniciada pelos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) na última terça-feira (16/12), provocou preocupação em milhões de brasileiros que fizeram suas compras natalinas pela internet. E que esperam ver os mimos comprados ou ganhados por parentes queridos chegarem em suas casas na data certa.
A questão foi resolvida por meio de uma decisão concedida nesta sexta-feira (19/12), pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que exigiu que cada unidade da ECT mantenha 80% dos seus quadros de funcionários trabalhando. Medida certa ou errada?
Situação complicada
A situação é complicada para qualquer um que tenha a mínima empatia. Os trabalhadores dos Correios argumentam que tiveram perdas salariais com a inflação nos últimos anos, da ordem...
Da Redação
Num país com grandes desigualdades o direito de greve é uma vitória construída pelos trabalhadores e merece ser sempre defendido. Mas uma greve iniciada pelos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) na última terça-feira (16/12), provocou preocupação em milhões de brasileiros que fizeram suas compras natalinas pela internet. E que esperam ver os mimos comprados ou ganhados por parentes queridos chegarem em suas casas na data certa.
A questão foi resolvida por meio de uma decisão concedida nesta sexta-feira (19/12), pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que exigiu que cada unidade da ECT mantenha 80% dos seus quadros de funcionários trabalhando. Medida certa ou errada?

Situação complicada
A situação é complicada para qualquer um que tenha a mínima empatia. Os trabalhadores dos Correios argumentam que tiveram perdas salariais com a inflação nos últimos anos, da ordem de 70%. Eles não conseguiram um reajuste nesse percentual mas o tema tem sido conversado com a diretoria da empresa por meio de um processo de conciliação iniciado pela Justiça trabalhista. E, por óbvio, estão certíssimos ao lutarem por isso.
Também se sabe que é bom para os trabalhadores, mostrarem a falta que fazem aos patrões em momentos de muita movimentação, o que ajuda a desenrolar qualquer tipo de negociação classista. Mas o período é de Natal. Fim de ano. Ausências muito sentidas. Saudades elevadas a potenciais altos e muitos, muitos reencontros. A possibilidade de ficar sem os presentes esperados via correios, tirou o sono de muita gente nos últimos dias.
Na sua decisão, a ministra relatora, Kátia Magalhães Arruda, do TST, concedeu parcialmente pedido de tutela de urgência formulado pela ECT. Ela autorizou a greve, mas com a condição de que seja feita por apenas 20% dos funcionários. E determinou que os grevistas garantam o livre trânsito de pessoas, bens e cargas postais em cada loja dos Correios. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 100 mil a ser paga por cada sindicato.
Direito não é absoluto
A decisão da ministra foi proferida dentro de pedido cautelar antecedente apresentado pela estatal contra 12 de 18 sindicatos de trabalhadores dos Correios de diferentes estados, que iniciaram paralisação às 22h de terça-feira (16/12), mesmo com o processo de negociação coletiva ainda em curso no TST.
A magistrada, que é a relatora do dissídio coletivo, afirmou na sua decisão que “embora o direito de greve seja constitucional e humano, ele não é absoluto, especialmente quando envolve serviço público essencial”. Kátia Arruda também lembrou que “o serviço postal é de Constituição — entendimento já consolidado no TST e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesse sentido, ponderou que, em regra, não se admite a suspensão integral de greves por decisão liminar, mas que, excepcionalmente, o caso justificava a exigência de um percentual elevado de trabalhadores em atividade, ainda mais com a proximidade do Natal, período de aumento expressivo da demanda pelos serviços dos Correios.
Comprometimento da boa fé
Ela ressaltou também o fato de a greve ter sido deflagrada antes do esgotamento das negociações que vêm sendo conduzidas no TST. Segundo informou na decisão, as partes participaram de 19 reuniões, tendo concordado com a prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025, enquanto as tratativas permanecessem em andamento, mas descumpriram o que foi acertado. Durante audiência realizada terça-feira, ficou estabelecido que a proposta construída seria submetida às assembleias da categoria com previsão de assinatura do ACT em 26 de dezembro. Mas uma parte dos sindicatos decidiu deflagrar a greve mesmo assim.
“Esse contexto compromete a boa-fé negocial, especialmente porque houve compromisso expresso das entidades sindicais de não realizar paralisações enquanto as negociações estivessem em curso”, frisou a magistrada em sua decisão. A decisão de Kátia Arruda tem caráter liminar e será analisada de forma definitiva após a apresentação das defesas pelas entidades sindicais. Ela concedeu prazo de 30 dias para aditamento da petição inicial e determinou a citação dos sindicatos, além da ciência à Procuradoria-Geral do Trabalho, com urgência. Por enquanto, a greve é só com 20% dos funcionários. E os presentes do Papai Noel via Correios estão garantidos.
É Findi - Natal: Eu Também Vou Fazer Tudo Isso - Crônica, por Romero Falcão*
20/12/2025
Grão de Esperança
Mas é Natal. “Então é Natal, o ano termina e nasce outra vez.” Busco Simone no chuveiro, cantarolo, misturo com Noite Feliz. Esforço-me: cultivo um grão de esperança na humanidade. Imagino um Papai Noel que não desça pela chaminé, mas que suba o morro do Rio de Janeiro num cessar-fogo da brutalidade. Que surja também uma estrela-guia no coração dos poderosos que explodem crianças e idosos em zonas de guerra.
Mudar o Disco
Cara, é Natal. Deixa de falar em guerra. Amolece a escrita, ao menos nos festejos do nascimento do menino salvador. Quem aguenta chegar ao ponto final assim? Vamos mudar o...
Tenho tanto a dizer sobre meus espinhos politicamente incorretos. Minha indignação diante dos atuais e aviltantes acontecimentos políticos, das atrocidades que crescem contra as mulheres. Ah, minha indignação — milagrosamente ainda não anestesiada. Palavras sem traquejo para agradar o leitor.
Grão de Esperança
Mas é Natal. “Então é Natal, o ano termina e nasce outra vez.” Busco Simone no chuveiro, cantarolo, misturo com Noite Feliz. Esforço-me: cultivo um grão de esperança na humanidade. Imagino um Papai Noel que não desça pela chaminé, mas que suba o morro do Rio de Janeiro num cessar-fogo da brutalidade. Que surja também uma estrela-guia no coração dos poderosos que explodem crianças e idosos em zonas de guerra.

Mudar o Disco
Cara, é Natal. Deixa de falar em guerra. Amolece a escrita, ao menos nos festejos do nascimento do menino salvador. Quem aguenta chegar ao ponto final assim? Vamos mudar o disco.
Numa rua do subúrbio, observo uma senhora se equilibrando na escada. De vassoura na mão, enrosca um pisca-pisca na goiabeira do jardim.
Figurino Natalino
Assim como a cidade, as casas se vestem para o Natal. Repito “Natal” em excesso — pobreza vocabular deste cronista. Mas é Natal: para o erudito, para o ignaro, para a paz, ao menos uma vez. Simone, perdoe-me o trocadilho.
Os arranjos se multiplicam no figurino natalino: nas portas das repartições, sobre as mesas das casas, na luz das vitrines, na alegria da meninada.
Nem Armo, Nem Doo
Minha árvore dorme há anos numa caixa de papelão empoeirada. Nem armo, nem doo. As bolas já não quebram como na infância e continuam brilhando apenas na memória. Sai pra lá, nostalgia.

Comer, Beber, Fofocar
“Então é Natal”. O que você vai fazer, caríssimo leitor, amável leitora? Encher o carrinho do supermercado, caprichar na ceia? Comer, beber, fofocar e rezar em família?
Eu também vou fazer tudo isso. Até parecer um homem melhor. Feito o amigo indiferente nos 363 dias do ano- noves fora Natal e Ano novo- tal qual os dos grupos de zap nos quais muitos integrantes passam o ano todo sem dar um Oi, mas no final do ano é todo carinho num emojie e frases prontas. Afinal, o espírito do Natal é uma excelente data para sermos o que não somos.

As Cartas de Rilke
Só um detalhe: um verniz intelectual. Abrirei as "Cartas Natalinas à Mãe", do excepcional poeta Rainer Maria Rilke, sobretudo a de 1914, quando ele deseja que a noite santa convença os homens exaltados e violentos a largarem a morte que lançam uns contra os outros.
Não Existe Tempo Presente
Então é Natal: a vida, o nascimento de um instante. Embora, para a matemática, não exista tempo presente. É o cérebro humano que cria, elabora o agora — com suas belezas e idiossincrasias.
Feliz Natal!
*Romero Falcão é um cronista que se arrisca a fazer poema torto.

NR - Os textos assinados expressam a opinião dos seus autores.
É Findi - Recalculando Rotas - Crônica, por Ana Pottes*
20/12/2025
Ela se revigora, e é sob sua égide que o novo ano se anuncia, tão cedo, já nos primeiros dias de novembro. Todavia, 2025 respira e ainda respinga sobre nossos sonhos os seus piores pesadelos. Eles nos marcaram tal faca amolada, ferindo as costuras das fantasias e dos devaneios. Ainda sangram as dores das separações, perdas, explosões, guerras, destruições e dos sentimentos pisoteados, massacrados e assassinados pelos preconceitos, egoísmos e vaidades...
Há sempre o que ser construído, falado ou cuidado por cada pessoa sobre a face do mundo. Na claridade da Lua ou sob a luz do Sol, os olhos daqueles que sonham e veem mudanças se mostram atentos e brilham como faróis guias. Talvez por isso, quando dezembro chega, inundando os ares das cidades com suas luzes coloridas, uma gota minúscula de Esperança se acende em cada espaço de proteção: seja um boné, chapéu de abas largas, um guarda-sol, uma casinha pequenina, e até mesmo nas mansões que nem cabem no meu ínfimo pensamento.
Ela se revigora, e é sob sua égide que o novo ano se anuncia, tão cedo, já nos primeiros dias de novembro. Todavia, 2025 respira e ainda respinga sobre nossos sonhos os seus piores pesadelos. Eles nos marcaram tal faca amolada, ferindo as costuras das fantasias e dos devaneios. Ainda sangram as dores das separações, perdas, explosões, guerras, destruições e dos sentimentos pisoteados, massacrados e assassinados pelos preconceitos, egoísmos e vaidades supremas. Entretanto, nesse período, aparecem uns bons momentos para quem quer reavaliar caminhos e adotar novas trilhas. Algo brilha ao final do túnel. Ainda bem!
Penso hoje que até o criador, mirando a cria, moldada à sua imagem e semelhança, talvez reflita sobre e busque ajuda de uma IA para corrigir e adaptar algumas boas mudanças, e é bem possível que ela, com a supremacia do conhecimento, diga algo nessa linha de pensamento: “tratar e desenvolver a inteligência junto à capacidade de lidar com o Orgulho, a Ganância, a Luxúria, a Ira, a Gula, a Inveja e a Preguiça, já vai sinalizar como um início de rota capaz de atenuar alguns dos muitos males que permeiam essa existência.”
Portanto, queridos, queridas que me leem, reflitam se esse é o momento; há disponibilidade para recalcular rotas? Pelo menos aquelas que nos cabem e sobre as quais possuímos poderes para gerar ondas de mudanças.
E, fechando o FINDI desse ano, deixo votos de bom Natal e um 2026 mais maduro para nós, criaturas viventes, nesse espaço que habitamos!
*Ana Pottes, psicóloga, gosta de escrever crônicas, contos e poemas sobre as interações emocionais com a vida. Autora do livro de poemas: Nem tudo são flores, mas... elas existem!

É Findi - É Natal! - Poema, por Eduardo Albuquerque*
20/12/2025
Ao vosso irmão que necessita
Um simples prato de comida
Ou fizestes que não vistes
É Natal... e o tal desvalido
Atravessa vosso caminho
Prisioneiro do vil destino
Mendigo quiçá sem abrigo
É Natal... reflitas pois
O que deveras podeis fazer
Antes de findar vosso ser
É Natal... não depois
Sempre podeis, é só querer
Por que tão difícil compreender?
*Eduardo Albuquerque, poeta, cronista, escritor.
É Natal... e o que destes
Ao vosso irmão que necessita
Um simples prato de comida
Ou fizestes que não vistes

É Natal... e o tal desvalido
Atravessa vosso caminho
Prisioneiro do vil destino
Mendigo quiçá sem abrigo
É Natal... reflitas pois
O que deveras podeis fazer
Antes de findar vosso ser

É Natal... não depois
Sempre podeis, é só querer
Por que tão difícil compreender?
*Eduardo Albuquerque, poeta, cronista, escritor.

É Findi - Pastoril: Religiosidade e Tradição - Crônica, por Maria Inês Machado*
20/12/2025
O jardim da praça, já bem cuidado durante o ano, apresentava visual diferente quando dezembro chegava com seu calor intenso. A cidade começava a mudar a vestimenta. A praça, à noite, virava sala de visitas. A lapinha, feita com esmero, parecia receber a aprovação dos céus pela beleza representativa. A cidade se revestia de luminosidade. Era o sol da alegria dominante, que parecia disputar espaço com a luz solar.
As famílias se ajeitavam cedo: cadeiras na calçada, conversa de portão em portão, e a Matriz observando tudo com aquela calma antiga que só igreja de interior...
Mês de dezembro. A modesta cidade do interior do Ceará acordava para os preparativos do Natal de Jesus. As famílias se reuniam. A movimentação era intensa. As meninas e jovens da cidade abriam o coração em festa. Além da escolha dos modelos dos vestidos para as novenas à noite, na igreja matriz, estavam também em pauta o cerco das pastorinhas, com os partidos Encarnado e Azul, que mobilizavam toda a cidade.
O jardim da praça, já bem cuidado durante o ano, apresentava visual diferente quando dezembro chegava com seu calor intenso. A cidade começava a mudar a vestimenta. A praça, à noite, virava sala de visitas. A lapinha, feita com esmero, parecia receber a aprovação dos céus pela beleza representativa. A cidade se revestia de luminosidade. Era o sol da alegria dominante, que parecia disputar espaço com a luz solar.
As famílias se ajeitavam cedo: cadeiras na calçada, conversa de portão em portão, e a Matriz observando tudo com aquela calma antiga que só igreja de interior tem.
As Pastorinhas
Não era só enfeite. Era anúncio. Porque, quando o Natal se aproximava, vinha com ele um chamado que ninguém confundia: as Pastorinhas. E, com elas, a alegria palpitante dos dois partidos — Encarnado e Azul — que não dividiam a cidade, mas a encantavam com a beleza representativa da tradição. Era uma forma de brincar rezando, de louvar cantando, de competir com beleza sem perder o respeito.
O pastoril, também chamado de pastorinhas, era mais que apresentação: era tradição de cultura oral, passada de boca em boca, de mãe para filha, para louvar o nascimento de Jesus, com uma disputa simbólica entre dois cordões.
Na pequena cidade, havia histórias que corriam feito rio em tempo de cheia: grupos formados por mulheres da comunidade, costurando o próprio brilho com pano simples, fita, renda e coragem. Em algumas memórias locais, fala-se de um grupo composto por oito mulheres e apenas um homem, e da maneira como a tradição nasceu com as pastorinhas.
Apresentação
Na noite da apresentação, o povo se ajeitava ao redor da praça. E então surgiam elas, em duas fileiras vivas: Cordão Encarnado, puxado pela Mestra; Cordão Azul, puxado pela Contramestra; Diana, que fazia o meio do mundo: metade de uma cor, metade da outra, lembrando que tudo era uma coisa só.
As mãos batiam pandeiro, os pés marcavam o chão, e o canto nascia com simplicidade — não para impressionar, mas para reunir. Havia também as figuras que atravessavam a cena: o Anjo, anunciando; a Cigana, pedindo e brincando; e até o Diabo, provocador, personagem de riso e alerta, sempre vencido pelo bem — porque o auto era caminho para Belém. Mensagem em forma de dança.
E a cidade escolhia seu lado com o mesmo fervor com que escolhe uma bandeira em dia de festa:
— Tu és de qual?
— Eu sou Encarnado!
— Pois eu sou Azul, até o fim!
Mas ninguém se odiava por isso. O que havia era pertencimento. A criança aprendia cedo: a cor não era muro, e sim ponte.
Naquele tempo, a menina Luzia, filha de costureira, vestiu-se de azul pela primeira vez. A mãe passou o ferro na saia com cuidado de quem passa água benta. Do outro lado da rua, Rosália, do Encarnado, ensaiava o sorriso firme, porque ser pastorinha exigia presença. Não bastava roupa; era preciso sustentar a cena com a alma.
A Mestra do Encarnado dizia:
Boa noite, minha gente,
Vim aqui para anunciar:
Chegou o pastoril sagrado,
O Natal vai celebrar.
Com muita fé e devoção,
O coração cheio de alegria,
Louvar o Menino Jesus,
Que nasceu para a salvação.
A Contramestra do Azul respondia:
É tradição do nosso povo
Que o tempo não apagou.
É canto, dança e promessa,
É o Natal que chegou.
Mestra:
Palmas! Muitas palmas, minha gente,
Com carinho e emoção,
Para os cordões que hoje dançam:
Azulão e Encarnadão.
E as duas, mesmo rivais, se entendiam num idioma secreto: o idioma de quem sustenta a tradição para que ela não se desmanche com o tempo.
E assim, na sequência de noites animadas já no final do mês, reuniam-se na praça as famílias, as autoridades locais e os convidados. Era também época de angariar recursos para a manutenção da igreja; ali se via o resultado das rifas, entre outros. As mesas, bem-postas, com toalhas de linho bordadas em Richelieu, exibiam diversos tipos de comidas típicas da região.
O Leilão
Arrematar, através do leilão, as refinadas galinhas recheadas da senhora Matilde; o bolo Luiz Felipe, Souza Leão de dona Antônia; os deliciosos tijolos de leite e cocadas da senhora Margarida; ser contemplado por um mês com a famosa coalhada, queijo de manteiga e o queijo coalho da fazenda família Alencar; ou mesmo as balas de café e o doce de banana com leite da senhora Valquíria — tudo isso era prazer garantido. Iguarias disputadas. Desejos selecionados. Ajuda assegurada. Gesto de generosidade e pertencimento comunitário
Valia também o pernil recheado, preparado com primor na fazenda do senhor Joaquim. As cestas com produtos da fazenda. A disputa pela carne de bode do seu Lourival fazia as prendas crescerem e era do agrado do senhor vigário, que necessitava dos recursos para as despesas da paróquia.
Pastoril: festa do coração, envolvida pelo respeito, amizade e cordialidade dos moradores e convidados da modesta cidade interiorana. Sinônimo de tradição e religiosidade.
Era nesse clima de alegria que o pastoril se perpetuava, celebrando o Divino Aniversariante num ambiente de paz.
São as gotas do sereno do amor natalino que sustentam a tradição das famílias nordestinas, no sopro vivo da fraternidade.
*Maria Inês Machado é psicóloga, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e em Intervenção Psicossocial à família. Possui formação em contação de histórias pela FAFIRE e pelo Espaço Zumbaiar. Gosta de escrever contos que retratam os recortes da vida. Autora do livro infantojuvenil 'A Cidade das Flores'.

É Findi - Gulandim, por Josué Sena*
20/12/2025
Ponta de Pedras. Havia uma casa de banho,
Amigos, No riacho Gulandim,
Do seu curso quase no fim,
Em tempo de antanho.
Nesse riacho que para o mar ruma,
Diferente do banho salgado,
Que cortava espuma
O Sabonete era utilizado.
Cheiro perfumado. Aguinha fria e pura,
Vinda de remota nascente,
Sob a mata atlântica escura,
Que também dá saudade na gente.
Sim, Gostaria de uma volta ao passado,
A rever o Gulandim em primitivo estado.
*Josué Sena, poeta e desembargador do TJPE.
Soneto de recordação de Ponta de Pedras
Ponta de Pedras. Havia uma casa de banho,
Amigos, No riacho Gulandim,
Do seu curso quase no fim,
Em tempo de antanho.
Nesse riacho que para o mar ruma,
Diferente do banho salgado,
Que cortava espuma
O Sabonete era utilizado.
Cheiro perfumado. Aguinha fria e pura,
Vinda de remota nascente,
Sob a mata atlântica escura,
Que também dá saudade na gente.
Sim, Gostaria de uma volta ao passado,
A rever o Gulandim em primitivo estado.
*Josué Sena, poeta e desembargador do TJPE.

É Findi – Xico Bizerra* chega hoje em Dose Dupla
20/12/2025
... esse tal de Flavinho é gente muito boa. Será um bom Presidente. Será? Descendente de europeu, acho, pela cor da pele e dos 'zói'. Cidadão do bem. Um exemplo de que tem algo a ver com hereditariedade, o caráter e a formação moral das pessoas. Mas ele é bonzinho. Problema é que o povo é que nem as manicures de Itabaiana: tem a língua quase do tamanho de um trem daqueles bem grande, da Great Western Railway of Brazil, de que fala o Poeta Quirino. Tudo isso, essa malandragem, esse jogo de cintura, tudo, tudim, ele aprendeu na casa da mãe. E daí? Quê que vocês têm a ver com a vida e a mansão do cabra. Saibam que chocolate sempre foi um produto que vende muito o ano todo e que o lucro é quase o mesmo de uma ‘lavanderia’, por exemplo. Aliás, sobre a mansão, nem é essas 'mansão' toda: dizem que as paredes são cheias de rachadinhas, frágeis como se de chocolate fossem. Ele, como mais velho, é exemplo pros outros irmãos, que se...
Crônica - Flavinho a galope à beira do mar
... esse tal de Flavinho é gente muito boa. Será um bom Presidente. Será? Descendente de europeu, acho, pela cor da pele e dos 'zói'. Cidadão do bem. Um exemplo de que tem algo a ver com hereditariedade, o caráter e a formação moral das pessoas. Mas ele é bonzinho. Problema é que o povo é que nem as manicures de Itabaiana: tem a língua quase do tamanho de um trem daqueles bem grande, da Great Western Railway of Brazil, de que fala o Poeta Quirino. Tudo isso, essa malandragem, esse jogo de cintura, tudo, tudim, ele aprendeu na casa da mãe. E daí? Quê que vocês têm a ver com a vida e a mansão do cabra. Saibam que chocolate sempre foi um produto que vende muito o ano todo e que o lucro é quase o mesmo de uma ‘lavanderia’, por exemplo. Aliás, sobre a mansão, nem é essas 'mansão' toda: dizem que as paredes são cheias de rachadinhas, frágeis como se de chocolate fossem. Ele, como mais velho, é exemplo pros outros irmãos, que seguem a mesma cartilha. Um outro, deixou a câmara, onde era deputado, e foi viver na Disneylândia, a lamber botas de um galego que por lá mora. Um Pateta. Não lembram as 700.000 vidas sumidas na COVID por falta de vacina, quando o chefe ria e se divertia imitando quem estava sem fôlego. Aliás, ele não era coveiro. Familiazinha unida e criativa. Só não se entenderam muito na hora de decidir onde usar a máscara, se no rosto ou ... bem, deixa pra lá. Da madrasta eu nem falo. Que fale a Polícia e seu maquiador. E esse tal de Chico Buarque, que eles tanto abominam, sabe nada. Vive, pra cima e pra baixo dizendo que essa gripezinha VAI PASSAR. Azar deles, o AMANHÃ SERÁ OUTRO DIA e o amanhã já é hoje. Pra completar, só falta agora arranjar o motorista: o mano fujão já contratou o jipe, o soldado e o cabo. Acho que o Queirós sabe dirigir. O Malafaia deve ter carteira de motorista. Talvez o maquiador da madrasta também tenha. Ou ela própria, que vive a desfilar, com jóias árabes a adornar-lhe o pescoço ... Te cuida, Alexandre! Cuidado, meu povo, que inveja mata. E se ela não matar por conta própria vem as 'miliça' e bota no teu furico, sem dó ou piedade. Vide o exemplo de Marielle. Vôte! Vade retro, Senador! O choro é livre, da Papuda ao Balneário de Camboriú, passando pelos States e pelo Rio de Janeiro. Tá Okei?

Poemita - Natal Matuto
Que o natal seja grandioso
Com Jesus a circular
Muitas luzes a brilhar
Futuro mais que frondoso
Um ano novo mimoso
Como o riso de criança
Noite serena e mansa
Alegria no porvir
Que o bem nos faça seguir
No caminho da esperança
Nos galhos perto do chão
Vou pendurar mil carinhos
Pra iluminar os caminhos
Do povo do meu sertão
Acima, ao alcance da mão
Mais um verso especial
Sem nada artificial
Ao lixo, a hipocrisia
Que as luzes da poesia
Acendam o nosso Natal
*Xico Bizerra, é compositor, poeta e escritor.

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