Dizem que o jornalismo é o quarto poder, mas as tias do Zap estão desafiando essa posição. Com seus celulares em mãos, elas criaram uma rede de comunicação própria, que não depende de grandes veículos nem de estruturas tradicionais. Elas compartilham, comentam e opinam em tempo real, conquistando uma influência que assusta até os mais experientes analistas. Enquanto jornalistas debatem como recuperar credibilidade, as tias do Zap já decidiram: elas confiam em quem está mais próximo, e não em manchetes impessoais.

Qualquer assunto

O segredo do poder dessas tias está na proximidade e no vínculo emocional que mantêm com seus contatos. Em um mundo cheio de informações desconectadas, elas traduzem, filtram e dão sentido às notícias para seus grupos. Não importa se o tema é política, saúde ou um boato qualquer: tudo passa pelo crivo delas, que validam ou rejeitam informações com a autoridade de quem "sabe das coisas". E isso tudo é feito na velocidade da luz, 24 horas por dia, com uma dedicação que faria inveja a qualquer redação jornalística.

A força do clique

Mais do que compartilhadoras de conteúdo, elas moldam narrativas e constroem consensos, influenciando diretamente as conversas e até decisões eleitorais. A força delas não está apenas no alcance, mas no poder de formar opiniões. E quem ousa desafiá-las descobre rápido que virar tema de um grupo de família pode ser mais prejudicial do que uma manchete negativa. As tias do Zap têm a capacidade de levantar ou derrubar reputações com alguns cliques.

No comando

Em vez de combatê-las, o melhor caminho é entendê-las. Elas não são adversárias do jornalismo, mas uma nova força no jogo da comunicação. Quem compreende o trabalho delas e busca diálogo, em vez de confronto, está mais preparado para sobreviver nesse cenário. Ignorar ou desprezar esse fenômeno é pedir para sofrer as consequências naturais de quem subestima um poder tão grande quanto discreto. Afinal, as tias do Zap não só espalham informações — elas comandam conversas.

Até a próxima!

*Zé da Flauta é músico, compositor, filósofo do cotidiano e escritor.