Vive-se mais no Ceará

Ouvi dizer de que no Ceará
Brinda-se e vive-se mais,
Alegremente e em paz,
E em plantando tudo dá.

Dizem que ali o regime alimentar de feijão,
De milho, paçoca, jabá e cará,
Garante o marco secular do cristão
E que a vida é muito agradável lá.

Dizem e juram que quem mora
No Juazeiro e região de Padim Ciço,
Tem mais poesia, saúde e viço,

Que centenário ainda namora
E cumpre o demográfico serviço,
Que os “ponta de rama” comemora.


A minha praia, soneto em homenagem a Ponta de Pedras

É branca a orla de minha praia
E de areia a parecer talco de tão fina,
A água nela é morna, cristalina
E tranquila a onda que espraia.

O crepúsculo no seu horizonte avermelha
Ou toma tom de ouro ou alaranjado.
A lua cheia em seu mar se espelha,
Bem como o séquito estrelado.

A minha nordestina praia bela
Por Éden ensolarado é dita.
Assim afirma quem a visita,

Assim sua população revela.
A minha praia pelo nome se credita
De Ponta de Pedras. Tenho grande afeto por ela.


Limites, soneto de homenagem a Sophia Breyner, poetisa portuguesa

Pudesses, assim, ter limite,
Certamente, Sophia, dirias
Ser do reino das poesias,
Onde cruzá-lo se permite.

Também afirmarias, decerto,
Por lâminas e portas de espelho,
Poder atravessar o Mar Vermelho
E seguir Moisés pelo deserto.

O teu verso, bem se conclui,
Das nuvens é afetuoso visitante,
Seu castelo de cartas nunca rui,

De Erato é devocional amante,
Retarda ou acelera o instante,
Na fonte de onde a juventude flui.

*Josué Sena, desembargador do TJPE e poeta