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Divina Comédia do Lula ou Bonitinha do Nélson Rodrigues? Artigo por Natanael Sarmento*

17/12/2024 -

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O Poder publicou em 16/12 matéria assinada intitulada “A Divina Comédia de Lula” e a mera alusão a obra de Dante me levou a começar as leituras por lá, sendo daqueles que não abandonam as esperanças, por mais que coloquem avisos em contrário, nos portais dos infernos.
Do Céu de Brigadeiro ao inferno dantesco

A boa escrita

E melhor ainda, a sacada de fazer ligações genealógicas de médicos imigrantes judeus italianos – como Maquiavel – lembrado no texto, por quem demonstra o conhecer o florentino, navegava em Céu aberto, sem nuvens até o tropeço dantesco do autor: comparar o General Braga Neto com Darcy Ribeiro e concluir “qualquer semelhança é pura coincidência”.

Não tem coincidência

Tampouco semelhança
Nem na biografia de serviços ao Brasil, nem no ato das metralhadoras das tratativas do Darcy com os comunistas lembrado no artigo que passava a ficar mais perto da Bonitinha, mas ordinária, do Nélson que da Divina Comédia dantesca.
Fatos
Darcy
Diante do golpe empresarial e militar antinacional, patrocinado pelos EUA, que implantaria a Ditadura sanguinária no Brasil em 1964, Darcy Ribeiro se reúne com líderes comunistas e oferece armas para garantir a legalidade constitucional ameaçada e ao cabo varrida pelos golpistas.

Tratava-se

De autodefesa armada, legítima resistência civil contra militares que usaram as armas que lhe confiadas para defender a soberania e à ordem democrática e que pisoteavam sobre essa mesma ordem no golpe de 64.
Braga Neto
Após a derrota eleitoral nas urnas, arrecada fundos “com o pessoal do agronegócio” e elabora plano de assassinato do Lula Presidente eleito, Alkmin e Alexandre de Morais.
Biografias distintas

Darcy Ribeiro

Antropólogo, historiador, sociólogo, professor, escritor com trabalhos conhecidos internacionalmente sobre indígenas e identidade latino-americano. Idealizador da UNB, relator da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – desfigurada pelo Congresso reacionário. A última obra da vida 'O Povo Brasileiro' é uma ode de amor ao Brasil e seu povo, com profundidade antropológica. Frase dele para ficar na história: “Fracassei em tudo que tentei na vida. Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. Tentei salvar os índios, não consegui. Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu!”. Homem da cultura, da esquerda politicamente, antifascista.

Braga Neto

Fez carreira Militar na Academia de Agulhas Negras, General de 4 estrelas que assumiu protagonismo no Governo Bolsonaro. Neste período de culto ao obscurantismo, foi Ministro da Defesa, da Casa Civil, Interventor no Rio de Janeiro. Rápida contribuição: na intervenção do RJ para “segurança” ocorre o bárbaro assassinato da Marielle Franco, o Brasil é manchete mundial. Na casa Civil coordena o combate a pandemia de Covid 19, e enquanto se negociava a propina de 1 real por vacina, morriam pessoas como moscas, ante o descaso obscurantista “da gripezinha” e tratada com cloroquina. No Ministério da Defesa edita ordem do dia com apologia ao golpe de 31 de março que implantou a ditadura. Em 2023 derrotado como vice-Presidente da chapa do outro fascista na cabeça, elabora o plano terrorista, tenta obstruir o funcionamento das investigações usando as 4 estrelas e costas largas, motivo da prisão preventiva em curso. Sua frase para ficar na história, ademais dos xingamentos contra o general do Exército Freire Gomes que não quis acompanhar a aventura dos terroristas golpistas foi “Oferece a cabeça dele. Cagão!”.

Nada é...

Braga Neto é filiado PL, político de direita.
Confundir
Um verdadeiro patriota com um idiota golpista, não distinguir entre um político de esquerda de um fascista da direita, alguém que se arma para evitar um golpe de alguém que se arma para dar um golpe, com recursos narrativos lembra deveras Maquiavel de “em política nada é o que parece”.

*Natanael Sarmento é professor e escritor, membro da direção nacional da Unidade Popular Pelo Socialismo.

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