
O que esperar da internet em 2025: a revolução digital e suas ironias, por Zé da Flauta*
06/01/2025 -
Se 2025 fosse um filme, a internet seria tanto o herói quanto o vilão. Entre promessas de avanços tecnológicos e os sustos inevitáveis, a rede mundial segue seu caminho para nos surpreender. A inteligência artificial generativa vai nos deixar mais preguiçosos ou criativos, dependendo de como olhamos para isso. E o metaverso, aquele lugar meio estranho entre Matrix e SimCity, promete ser onde vamos trabalhar, estudar e talvez nos perder de vez. Isso tudo enquanto sua geladeira conversa com o forno para decidir o que você vai jantar. Bem-vindo à internet das coisas, ou, como eu gosto de chamar, “a internet das fofocas eletrodomésticas”.
Armadilhas
Mas nem tudo é risada nesse banquete digital. O ano também promete ataques cibernéticos dignos de roteiros de espionagem. Imagine sua cafeteira se tornando um agente duplo, enviando relatórios para hackers enquanto faz seu expresso. Deepfakes, agora mais convincentes que nunca, vão nos fazer questionar até se fomos nós mesmos que postamos aquela foto embaraçosa. E as fake news? Bem, elas vão evoluir para deep lies, mentiras profundas e extremamente convincentes, espalhadas com a velocidade de um clique. Se não quisermos cair em armadilhas, é bom ativar o modo cético e revisar cada notícia como quem revisa a conta de restaurante.
Paradoxo
Mas há também uma camada filosófica nesse avanço. Com todas essas inovações, surge a pergunta: estamos ficando mais conectados ou mais isolados? Se a internet nos oferece um mundo inteiro à distância de um clique, por que às vezes parece que estamos sozinhos em um quarto lotado? A regulação da IA também levanta dilemas: até que ponto devemos permitir que máquinas pensem por nós? E o que acontece quando elas começarem a filosofar melhor do que qualquer um de nós? Talvez o maior paradoxo seja que, em meio a tantas conexões, a busca pelo significado da vida continue offline.
Real/Wi-Fi
E por falar em offline, aqui vai um conselho para 2025: lembre-se de desconectar de vez em quando. Entre um post e outro, olhe para o céu, converse com um amigo (sem emojis) ou leia um livro, um de papel, daqueles que não têm notificações. Porque, no fim, a internet pode ser maravilhosa, mas as melhores conexões ainda são feitas no mundo real, longe do Wi-Fi. E, se tudo der errado, pelo menos sua geladeira e seu forno continuarão se entendendo. Por enquanto.
Até a próxima!
*Zé da Flauta é músico, compositor, filósofo e escritor.
