É Findi – Cultura e Lazer – O desembargador poeta Josué Sena em dose tripla
11/01/2025 -
Como sou? Soneto sobre o ano novo
Como, prezado Ano Novo, vês a mim?
Sou um verso em rumo do passado,
Proustiniano em busca de onde vim,
Com jeito sereno ou mesmerizado?
Ou disso diferente, sou assim
Um investigador do futuro,
Com a lanterna de Diógenes, o tapete de Aladim,
Para alcançar além do escuro?
Ou estou um tanto o Jano que és,
Ser bifacial, de vigília dupla,
E, por associação a esse viés,
Vezes usando asas, outra os pés,
Com sensos de orgulho ou de culpa,
Ora esperançoso, ou à vida a pedir desculpa?
Sorriso das ondas. Soneto sobre Ponta de Pedras
As misteriosas ondas o que dizem
Com o branco sorriso de espuma,
Enquanto sussurrando se dirigem,
Para o litoral, uma a uma?
Marulhos que não se entendem,
Um tradutor de vagas resuma,
É favor, o que afirmar pretendem
(Senão todas, o que fala alguma).
Sim. Com a sensual língua d’água,
Serpeando como uma sinuosa sonda,
Em rítmica, constante ronda
Que o areal da praia molha e afaga,
O que exclama a voluntariosa onda?
O que declara quando se propaga?
Brinde com caju e História. Soneto sobre o cajueiro das almas em Ponta de Pedras
Ponta de Pedras. Com meu neto brindei,
Hoje pela manhã. Degustei com calma
Esse fruto. Sei, não sei, mas direi
Poder ser de filho do Cajueiro das Almas.
Filho plantado no meu quintal, se não é,
Argumenta-me o verso (a ele me rendo):
“Até que provem em contrário, caro Josué,
Fica, pela tua fé, por filho, sendo.
Ora, é o mesmo amarelo e a doçura
Dos cajus do frondoso cajueiro,
A sombrear as veneradas sepulturas
De infaustos tripulantes e passageiros,
Do trágico vapor Bahia,
Que no mar em frente, naufragou um dia.
*Josué Sena, desembargador do TJPE
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