
Registros da História - As manifestações reprimidas na ditadura e a rebeldia que não tem idade
11/01/2025 -
Por Tavares Neto*
O governador Moura Cavalcanti proibiu a passeata da oposição no Recife e em Caruaru contra o presidente Geisel.
Foi assim: o deputado federal Ulysses Guimarães, presidente nacional do MDB, anunciou que realizaria uma carreata no Recife e em Caruaru para reivindicar o retorno das liberdades democráticas no Brasil.
Geisel, o ditador de plantão
Solicitou ao governador Moura Cavalcanti que proibisse esse ato. Em resposta, o chefe do Executivo pernambucano pediu ao deputado estadual Carlos Veras, presidente da Assembleia Legislativa, que entrasse em contato com o senador Paulo Brossard para que as manifestações fossem realizadas em locais fechados, como a Faculdade de Direito do Recife e o Círculo Operário de Caruaru. No entanto, o acordo não foi cumprido, e a Polícia Militar, com viaturas, cavalos e cães, impediu as manifestações no Recife. O deputado Ulysses Guimarães, os senadores Paulo Brossard e Teotônio Vilela fugiram em um táxi do local.
No dia seguinte
O ato foi realizado em Caruaru em local fechado, mas a cidade foi invadida por viaturas, cavalos e cães. Quem não portasse documentos pessoais era preso. Carros com documentos atrasados eram apreendidos.
Voz da liberdade
O deputado Fernando Lyra (MDB) fez um pronunciamento na Câmara dos Deputados, explicando que a carreata não foi realizada para evitar agressões ao povo. O episódio foi destacado na Voz do Brasil.
*Tavares Neto é jornalista.
