
Gol de Letra - Renato Aragão, 90. Ele morreu e ressuscitou para fazer o mundo mais feliz, por Roberto Vieira *
13/01/2025 -
Renato Aragão, o inesquecível Didi dos Trapalhões, idolo de gerações e gerações de brasileiros, está completando 90 anos nesta segunda-feira, 13 de janeiro. Imaginar o Brasil sem os Trapalhões no último giro do século XX é impensável. Mas quase que Renato Aragão dizia adeus antes do tempo, nos céus vizinhos de Campina Grande, logo após dizer adeus ao Recife.

Recife
Era o dia 5 de setembro de 1958. O Brasil era campeão mundial. Pelé e Garrincha descobertos pelo mundo. O estudante de direito, Renato Aragão, pega o avião Curtiss C-46 do Loide Aéreo Brasileiro, no aeroporto de Recife com destino à Fortaleza. Renato gosta de cursar Direito, mas também mata todo mundo de rir na faculdade mesmo ficando arretado porque todo mundo morre de rir com ele.
Campina Grande
Quando o avião estava sobre a região do Serrotão, próximo à Campina Grande, o pior acontece. O Curtiss perde altura e desaba matando a tripulação e quase todos os passageiros. Renato e um amigo escapam só Deus sabe como. Mas a princípio ele é dado como morto. Renato e o amigo socorrem outros sobreviventes até a chegada da ajuda no meio da mata.

Morto
Logo na primeira página do Diário de Pernambuco do 7 de setembro, aparece uma lista dos passageiros mortos e o nome de Renato já não consta da relação. Naqueles momentos entre a vida e a morte, Renato pensa no curso de Direito e na vida. Na sua mente, Renato acha que recebeu uma segunda chance na vida. Talvez seu destino esteja longe do CPOR e dos tribunais. Talvez aquele dom de fazer rir fosse divino.

Trapalhões
Renato termina a faculdade e parte para o sul com suas trapalhadas. Ao lado de Dedé, Mussum e Zacarias, Renato traz riso e alegria inocente ao Brasil. Atualmente, muitos criticam algumas das presepadas dos Trapalhões: elas seriam politicamente incorretas. Para nós, seus fãs, resta agradecer ao cara lá em cima que poupou a vida do nosso palhaço maior, porque o Brasil existiria sem Didi, caso ele dissesse adeus naquela viagem em que partiu de Recife. Seria um Brasil sem graça. Brasil sem Antônio Renato Aragão. Brasil dos Originais do Samba. Brasil do locutor Mauro Faccio Gonçalves. Brasil de Maloca e Bonitão. Brasil onde poupança seria somente poupança. Brasil ainda mais sem sustança.
*Roberto Vieira é médico e cronista. Escreve a seção Gol de Letra nas segundas-feiras no Jornal O Poder. Lembrando que além de extraordinário comediante, Didi também jogava muita bola.

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