Por Tavares Neto

O legendário Coronel Chico Heráclio, que dominou a política de Limoeiro, Pernambuco, por mais de três décadas, ficou conhecido por sua influência e poder, elegendo prefeitos, deputados e até governadores. Porém, um episódio curioso envolvendo o Tribunal do Júri marcou sua fama e revelou como suas preferências determinavam destinos.

Destino?

Durante os julgamentos, o promotor recém-chegado decidiu consultar o coronel, perguntando sua opinião sobre um caso em andamento e se deveria solicitar a condenação ou a absolvição do réu. A reação de Chico Heráclio foi firme e reveladora de seu estilo peculiar de liderança:

– Diga ao doutor que, antes de vir para cá, ele deveria ter aprendido as regras do Júri em Limoeiro. Basta olhar para a minha gravata: se for verde, é para soltar; vermelha, para condenar; amarela, tanto faz.

Quem manda, manda

Essa prática, por mais anedótica que pareça, evidencia o domínio que o coronel exercia não apenas na política, mas também nos bastidores da justiça local. O episódio foi registrado pelo jornalista Sebastião Nery, destacando a forma inusitada como o Coronel Chico Heráclio influenciava até as decisões do Tribunal do Júri.

*Tavares Neto é jornalista.