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A filosofia oculta dos Beatles - Os diálogos imaginários do revolucionário Biu com Jonh Lenon revelam convergências e discórdias do terremoto de Liverpool

08/02/2025 -

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Por Zé da Flauta*

No final de 1966, no auge de uma fama que parecia impossível de crescer ainda mais, John Lennon começou a receber convites para encontros inusitados em Londres. Eles vinham assinados com um nome que ele desconhecia: Biu. A princípio, John ignorou. Afinal, que diferença faria mais uma figura excêntrica em sua vida já caótica? Mas, certo dia, ao sair de uma reunião com a gravadora, um homem alto e bem-vestido o esperava na rua.

_Sr. Lennon, sou o homem por trás dos convites. Podemos conversar?

Curioso, John concordou. O encontro foi marcado em um pequeno café no Soho, onde Biu explicou que era um exilado brasileiro que estudava em Frankfurt, e usava códinome. Filósofo e sociólogo, interessado em como a música poderia moldar consciências. Ele elogiou o trabalho dos Beatles, mas insinuou que eles estavam apenas arranhando a superfície de um poder cultural muito maior.

_Vocês têm o alcance e o talento, mas ainda não entenderam o potencial revolucionário e transformador da música, disse Biu. E prosseguiu:



_John, sua música é ouvida por milhões, mas o que ela realmente muda? perguntou Biu certa vez, enquanto bebia chá calmamente.

Ele começou a introduzir John às suas ideias, falando sobre a "indústria cultural" e como ela transformava a arte em mercadoria para manter as massas conformadas.

_Vocês têm o poder de reverter isso, insistia ele. A música não precisa ser só entretenimento, ela pode ser uma arma.

Foi durante essas conversas que Lennon começou a esboçar as primeiras ideias de "Revolution". Mas havia um problema: Paul McCartney. Para Paul, a banda deveria permanecer acima das disputas políticas.

_John, nosso trabalho é unir as pessoas, não dividi-las com discursos radicais, dizia ele em discussões cada vez mais acaloradas.

Quando chegaram às gravações de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, a tensão era palpável. Lennon queria incluir trechos falados nas músicas, falas de protesto que Biu ajudara a formular. Paul insistia em manter a sonoridade "agradável" e o apelo universal.

_John, ninguém vai comprar esse disco se ele parecer um panfleto político! bradava.

George Harrison, por outro lado, estava mais interessado em explorar o espiritual, enquanto Ringo, como sempre, só queria tocar bateria e "manter a paz". O disco foi um sucesso monumental, mas para Lennon, faltava algo. "Biu tinha razão", pensava ele. "Estamos presos ao que as pessoas esperam de nós."



Certa noite, Lennon encontrou Biu para um último encontro antes de uma viagem aos EUA, e foi desfiado como nunca.

_John, você precisa decidir: quer ser um artista revolucionário ou um fantoche da indústria? As massas precisam de líderes que pensem, e você pode ser esse líder.

Inspirado, Lennon voltou para casa e escreveu Revolution. Mas o resultado final da música foi diluído após pressões internas e externas. Paul e os produtores suavizaram a letra, transformando um grito de mudança em algo mais palatável. Lennon ficou frustrado, mas o “amigo oculto” o lembrou de que revoluções não acontecem de uma só vez.

Com o tempo, os encontros entre Lennon e Biu diminuíram. A banda começou a se fragmentar, em parte por essas divergências filosóficas. Paul queria preservar o legado dos Beatles como uma força cultural positiva, mas sem a "bagagem" política. Lennon, cada vez mais engajado, começou a trabalhar em projetos solo, onde podia explorar livremente as ideias plantadas por Biu.

Em suas memórias não publicadas, Biu escreveu: "John Lennon foi um aluno relutante, mas brilhante. Ele entendeu que a música pode ser mais do que notas e palavras; pode ser uma revolução em forma de melodia. Talvez não tenha mudado o mundo como desejava, mas certamente fez o mundo parar para escutá-lo."

Pois é, entre as letras dos Beatles, repousa um subtexto filosófico que poucos conhecem. Um subtexto que fala sobre poder, arte e a eterna luta entre manter o status quo e ousar transformá-lo.

*Zé da Flauta é músico, compositor, filósofo e escritor.



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