Fernando, meu inesquecível irmão. Hoje, 20 de fevereiro, seu aniversário. Nascido em 1948, estaria fazendo 77 anos. O filme dirigido pelo genial Walter Sales - “ainda estou aqui” . ressalta -se o magnífico desempenho da veneranda Fernanda Torres, representando essa incrível mulher, Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, assassinado sob torturas e dado como desaparecido político, integra a macabra relação de mortos e desaparecidos políticos, identificados pela Comissão Nacional da Memória e Verdade.

Nando, assisti “ainda estou aqui”, confesso que fiquei impactado. Rubens Paiva, era você e Eduardo, ambos sequestrados no dia 23/02/1974, na cidade do Rio de Janeiro, assassinados sob torturas, seus corpos sepultados as escondidas, incinerados na Usina Cambayba em Campos de Goytacazes ou jogados ao mar.

Este é o lado mais perverso da ditadura militar, negar o direito de enterrar os seus mortos, fazer o luto, concluir o ciclo da vida. Chorei por ti e por todos e todas, grande parte do filme, saudades de você, meu querido irmão. O filme fez reviver todo o sofrimento, e a indignação, incrível que possa parecer, tudo isto aconteceu no Brasil.

O filme terminou, você esteve presente até o fim, gritei com toda minha força: Pela Memória de Eunice Paiva, de Elzita Santa Cruz, Rubens Paiva Presente, Fernando Santa Cruz Presente, Eduardo Collier Filho, a partir daí , a própria plateia , gritou quase uma centena de assassinados sob torturas, os “desaparecidos políticos”. Presente, Agora e Sempre.