Por Roberto Vieira*

O Dia Internacional da Mulher também é o dia da brava mulher pernambucana, exemplo de beleza, coragem e talento que através dos tempos escreveu nossa história, plena de heroínas do Tejucupapo. Selecionar onze jogadoras e uma treinadora é difícil, mas a injustiça faz parte de toda lista, né?

Defesa

O arco da seleção é de Brites Albuquerque, governanta que botou Pernambuco nos prumos nos primeiros anos das capitanias. Duarte Coelho que o diga. Na lateral direita, temos o furacão chamado Ana Paes, senhora de engenho e corações. A dupla de zaga pertence a Clarice Lispector e Madalena Arraes, as quais dispensam apresentações. A lateral esquerda traz soberana Lia de Itamaracá.





Meio campo

A tecelã e política Júlia Santiago é uma volante de força e coragem. Ela combate o adversário e entrega a pelota mastigada para Geninha Rosa Borges pela meia ou a Almery Steves na ponta de lança. Trabalho e muito talento nas tribunas, palcos e telas.

Ataque

Tereza Costa Rego pinta o sete na ponta direita deixando doutora Maria Amélia na cara do gol. A ponta-esquerda Cristina Tavares já era da seleção desde a adolescência, sendo o oposto de Amélia que lutou até os quarenta anos para se tornar a primeira médica pernambucana.





Técnica

Yane Marques, medalhista olímpica e vice-presidente do Comitê Olimpico Brasileiro, é um símbolo das mulheres pernambucanas cujo direito ao esporte, ao saber, ao viver foi negado durante séculos. As mulheres desta seleção lutaram contra uma sociedade repleta de preconceitos, incapaz durante muito tempo de perceber que numa mulher não se bate nem com uma flor. Elas são imortais como Pernambuco.

*Roberto Vieira é médico e cronista. Escreve a coluna Gol de Letra, nas segundas feiras, no Jornal O Poder. Compartilhar esta notícia Deseja receber O PODER e artigos como esse no seu zap ? CLIQUE AQUI.