A réstia que veste o ar.
O sentimento que pulsa.
A coisa que cai na mão.
A dança do imaginário.

O que atrai e repele.
O que ardeja na pele.
Os encantos da beleza.
A desventura cruel.

O voo e o subsolo
A passarela e a caverna.
Os castelos de areia.
As pulsações de Babel.

Terra água céu e ar.
As mazelas da cidade.
As partituras da vida
pedindo por tradução.


*Marcelo Mário de Melo, de Caruaru para o Recife aos 9 anos, hoje com 80, escreve de poema-objeto a cordel, conto, miniconto, peça teatral, história infantil, texto de humor e notas críticas. Considera-se um aprendiz de Literavida. Ex-preso político de Pernambuco, continua seguindo o Detran: "Sempre à Esquerda, não ultrapasse pela Direita".