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Opinião - A Ditadura e os Empresários, por Natanael Sarmento*

26/03/2025 -

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O 'Segredo de Polichinelo' todos sabem, mas a cultura brasileira da impunidade dos ricos encobre a participação ativa de empresas nos crimes da Ditadura militar implantada em 1964.

Ditadura militar?

Sim, claro. Mas não apenas. Os militares deram o golpe com o apoio de empresários, políticos, grandes damas da sociedade, parte do alto clero da igreja católica. Nunca esquecer as '.archas da Família, com Deus e pela liberdade', que muito contribuíram para criar o clima golpista. Sim, sem falar na participação intensa dos EUA, via diplomacia, Aliança para o Progresso, Usaid, CIA, etc. Os militares deram o golpe, gostaram do poder, nele se revezaram por 21 anos mas foram o instrumento para o golpe e a operação da ditadura. E levaram a culpa sozinhos, naturalmente.





Silêncio

A cumplicidade das empresas com o regime ditatorial foi silenciada como espécie de tabu de maneira a 'normalizar' as deturpações corruptivas e atrocidades contrárias ao povo em geral e aos trabalhadores, em particular.

As empresas

Ademais dos empréstimos subsidiados e jamais quitados, favores fiscais, anistias tributárias para os “amigos do rei” apoiadores das atrocidades do regime militar, a Ditadura retira o regime de estabilidade no emprego então vigente, achata salários ao nível da miserabilidade, deixava a boiada passar na brutal exploração do trabalho, ameaças de morte de trabalhadores que se recusavam a assinar quitação de pagamentos não efetivados, perseguições e outros terrorismos dentro das fábricas e empresas.





Provas

Toneladas de documentos escondidos debaixo de sete chaves vieram à tona graças ao trabalho investigativo da Comissão Nacional da Verdade e Justiça de Transição.

Intocáveis

Golpistas de 64, militares e empresários permanecem impunes beneficiados pela excrescência jurídica da Lei de anistia que trata torturas, assassinatos e financiadores dos porões do DOI-CODI e quartéis em pé de igualdade com as suas vítimas torturadas, assassinadas e “desaparecidas”.





Antes tarde...

A AAPR – Associação de Ativistas Para Reparação, de apoio jurídico aos trabalhadores para responsabilizar as empresas pelos ilícitos foi fundada em 06 de dezembro de 2024, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.
Dezenas
De empresas são investigadas pelo MPF, Belgo-Mineira, Mannesmann, Petrobras, Josapar, Cobrasma S/A, Folha de São Paulo, Aracruz, CSN, Itaipu, Fiat, Usiminas, Embraer, Porto de Santos.

A primeira

A grande empresa constrangida a assinar Termo de Ajuste de Conduta –TAC – que a responsabiliza pelas violações praticadas foi a Volkswagen do Brasil.

Emblemático

Caso emblemático é o do empresário e apresentador Sílvio Santos, conhecido nacionalmente pelo sorriso domingueiro. A Globo levou toda a culpa pelo apoio à ditadura, fez até autocrítica e tal. E, mérito dele, ninguém fala em SS. Os bastidores
Do 'baú da felicidade' ocultavam a exploração e locupletamento do conluio do famoso com a ditadura.
A imagem mítica
do talentoso Sílvio Santos que começou a vida como camelô e se tornou rico e famoso, enfim símbolo do “sonho capitalista americano” não correspondia à realidade.
Mas este já é assunto para outra análise.

*Natanael Sarmento é professor e escritor, membro da Direção Nacional da Unidade Popular Pelo Socialismo.

NR - Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto ao contraditório.
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