
Muito além das aparências - A Ditadura e o mito midiático de Sílvio Santos por Natanael Sarmento*
31/03/2025 -
O golpe militar, acontecido em primeiro de abril de 1964 e que instalou uma ditadura de 21 anos, é geralmente descrito por historiadores e narradores isentos a partir das arbitrariedades, torturas, censura, assassinatos. Essa era a face mais visível do regime. Entretanto, por baixo (à vezes nem tão por baixo) dos panos, ocorriam conluio, manobras, corrupções, que formavam e destruíram fortunas inimagináveis.
Em artigo anterior (para acessar digite no Google
IA Ditadura e os Empresários Jornal O Poder) , abordei o tema. Hoje, voa abordar um caso exemplar e emblemático. Sílvio Santos, que prosperou em sintonia com a ditadura, embora, na área televisiva, Roberto Marinho e a Globo tenham carregado sozinhos 90% da identificação com o regime autoritário.
Silvio Santos vem aí...
Não se negue talento midiático ao senhor Senor Abravanel, conhecido pelo nome artístico deo Sílvio Santos. Morreu aos 93 anos deixando império calculado em R$ 1,9 bilhão. Recriava-se no Brasil a fábula do rei Midas no mundo midiático. A chiste é proposital. Transformava em ouro tudo que tocava. Na mitologia do sorriso domingueiro o camelô tornou-se bilionário pelo seu talento.

No outro lado da história
A roda da fortuna do “Baú da Felicidade” girava no conluio de corrupção e trocas de favores. Apoiador declarado da Ditadura que enriqueceu na no regime ditatorial implantado pelo golpe militar de 1º de abril de 1964 responsável pela morte de milhares de brasileiros.
Dono de TV?
Para começar a mitologia rádios e televisões quais SBT, Globo, Record, Bandeirantes, são emissoras ou suportes dos sinais e ondas de rádio e televisão que são espaços eletromagnéticos. A natureza jurídica desses bens públicos limitados define-se na Constituição Federal. São distribuídos a particulares mediante concessão do poder público.
Trocas
A frágil democracia brasileira não regras eficazes de controle social e da transparência dos contratos públicos privados. Reina a confusão de interesses privados e públicos. A troca de favores é óbvia.
Filhotes da Ditadura
Globo, do Roberto Marinho, SBT do Sílvio Santos, Record, do bispo Macedo são exemplos dessa promiscuidade governantes e empresários de comunicações. Todos chapa branca. A Globo, publicamente, fez autocrítica meia-boca, admitindo omissões e erros durante o regime militar. Mas o uso do cachimbo deixou a boca torta, vide apoio ao golpe do impeachment da Dilma.

De ilegalidade em ilegalidade
O sorriso domingueiro obteve concessão do canal da TVS na ditadura. Com 50% das ações da Record São Paulo alugou programação em outras emissoras, conduta ilegal. Não para os “amigos dos reis militares. Só o começo.
Chapa branca
Na retribuição aos favores SS difundia uma programação a serviço do Ministério das Comunicações dos militares, reacionária, preconceituosa. Apologista do regime. A “Semana com o Presidente” traduz bem a bajulação.
Rede de favores
Os negócios do senhor Abravanel se expandem na Ditadura além das emissoras de TV. O antigo camelô avança no setor financeiro, agronegócio, imobiliário, vende a TV Record a Igreja Universal do Reino de Deus. Tudo junto e misturado.
Farra do boi
O SS torna-se “rei do gado” com empréstimo subsidiado de banco público. Ótima oportunidade para adquirir milhares de hectares no Centro Oeste e Norte do Brasil, o empurrãozinho da SUDAM, 10 mil cabeças de gado, não mostrados na televisão. A “A fantástica histórica de Sílvio Santos” inspira livros e daria uma novela.

Quem paga a banda, escolhe a música
O papo furado do camelô que virou bilionário não se sustenta nos fatos. A fortuna do empresário Sílvio Santos é construída na troca de favores e servilismo ao regime militar. Golpista declarado. Saudosista da ditadura. A SBT adotou a vinheta verde-amarelo e o lema “Brasil ame-o ou deixe-o” de triste memória. Mais tarde, apoiava explicitamente Jair Bolsonaro apologista da ditadura na campanha presidencial.
Nada acontece por acaso
SS construiu a torre de 100 metros sede das empresas, em SP, ao lado do Teatro Oficina, local tombado pelo Iphan. Em sua moral do “Faça tudo por dinheiro” a cultura foi atacada. Na programação, dentre outras, fez terrorismo midiático sobre quebra do país, em caso de não aprovação da “Reforma da Previdência”, medida neoliberal que só favoreceu empresários ricos e prejudicou os trabalhadores. Simples assim. Se o Jaboti está no telhado, alguém o colocou lá em cima.
*Natanael Sarmento é escritor e professor, membro do Diretório Nacional da Unidade popular pelo Socialismo.
NR - Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto para a contestação fundamentada e o contraditório.

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