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Gol de Letra - Coluna Semanal- O adeus das prisões das ditaduras em Itamaracá, por Roberto Vieira *

07/04/2025 -

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A governadora Raquel Lyra desativou a Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. Inaugurada em 1972, a unidade prisional era uma das joias do regime militar brasileiro da época, assim como a Penitenciária Agrícola, a qual ainda permanece no local, menina dos olhos do Estado Novo de Getúlio Vargas.





Getúlio

No dia 19 de outubro de 1940, no auge do seu poder, o ditador Getúlio Vargas volta a Pernambuco após sete anos, sendo recepcionado pelo interventor Agamenon Magalhães e grande multidão. Entre tantas inaugurações programadas, Getúlio come mangaba da Fábrica Peixe em Itamaracá enquanto abre as portas da moderna Penitenciária Agrícola.





Bastilha

O governador Eraldo Gueiros decide acabar com a Casa de Detenção no centro do Recife em 1971. Os presos são retirados do prédio secular, sendo enviados para presídios em Itamaracá. A Penitenciária Agrícola é reformada e a Penitenciária Barreto Campelo vem se juntar a ela na modernização das prisões comandada pelo secretário José Paes de Andrade.

Pra frente Brasil

No dia 13 de dezembro de 1972, o ministro da justiça, Alfredo Buzaid, chega com festa a Itamaracá para cortar a fita na inauguração do Presídio Barreto Campelo. O nome é homenagem ao catedrático de direito da Universidade Católica de Pernambuco. Com dez apartamentos para visitas íntimas, onze celas coletivas, quatro celas individuais e centro cirúrgico, a Penitenciária é o que de mais moderno existe no Brasil para recuperação da bandidagem. Enquanto isso, Alceu e Geraldo Azevedo voltam ao Recife para único show no Nosso Teatro. Cantam um tal de papagaio do futuro, enquanto uma bandinha toca 'Pra frente Brasil', lá na Barreto Campelo.





Itamaracá

Itamaracá foi capitania hereditária independente em suas origens. Ilha de grande beleza, teve o infortúnio de se tornar uma singela Alcatraz pernambucana. Destino de turistas e locais para lazer, a presença dos presídios com criminosos cada vez mais numerosos e perigosos, foi destruindo sua vocação natural. Lá estiveram presos Rogério, um dos supostos assassinos do Padre Henrique, além de Lúcio Flávio, o passageiro da agonia. Vítima das duas ditaduras vividas pelos brasileiros, parece que, finalmente, pelas mãos da governadora Raquel Lyra, Itamaracá volta a ter como prisioneiros apenas aqueles que amam o seu sol, o seu mar, o seu inesquecível entardecer. Já o Rei Reginaldo Rossi e a Lia? Assinariam embaixo, bicho!

*Roberto Vieira é médico e cronista. Escreve nas segundas,feiras a coluna Gol de Letra no Jornal O Poder. Comprou muito time de botão fabricado pelos prisioneiros de Itamaracá. Mas nunca entendeu direito por que cargas d'água presídio no paraíso.
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