
Saúde - Adoçante Artificial Faz Você Comer Mais? Entenda Como a Sucralose Pode estar Enganando o Seu Cérebro
07/04/2025 -
Este artigo foi elaborado com ajuda do 'Amigo Intelligence' por Gustavo Carvalho.*
Você acha que adoçantes artificiais são uma alternativa saudável ao açúcar para pacientes com sobrepeso ou diabetes? Um novo estudo publicado recentemente na revista 'Nature Metabolism' lança um alerta sobre o uso da sucralose, ingrediente principal de muitos adoçantes populares: esse substituto pode, paradoxalmente, aumentar o apetite e levar a um maior consumo alimentar, especialmente em pessoas com obesidade.

Sucralose e a Armadilha Neurológica
Pesquisadores da Keck School of Medicine da Universidade do Sul da Califórnia analisaram o efeito da sucralose sobre o cérebro humano usando exames de ressonância magnética funcional (fMRI). Em um estudo randomizado com 75 participantes, foi comparado o efeito do consumo de água pura, bebida adoçada com açúcar comum e bebida com sucralose. Os resultados revelaram um aumento significativo da atividade no hipotálamo após o consumo de sucralose, especialmente em indivíduos obesos.
Diferentemente do açúcar, a sucralose não elevou os níveis dos hormônios responsáveis pela saciedade, como seria esperado após a percepção do sabor doce. Ou seja, não houve o esperado pico de GLP-1, GIP ou insulina (entre outros), que usualmente ocorre com a ingestão de açúcar e contribui para a sensação de saciedade. O cérebro, ao não receber o sinal hormonal esperado pela doçura, parece "confuso", intensificando a fome e, possivelmente, induzindo ao aumento da ingestão calórica posterior.

Mulheres Podem Estar Mais Vulneráveis
O estudo também apontou diferenças notáveis entre homens e mulheres. As participantes femininas apresentaram alterações mais expressivas na atividade cerebral após ingerir sucralose, sugerindo uma possível maior vulnerabilidade das mulheres ao efeito estimulante da fome provocado pelo adoçante artificial.
Implicações Clínicas e Cuidados com o Uso de Adoçantes
Cerca de 40% da população utiliza adoçantes artificiais com o objetivo de controlar peso e reduzir calorias, mas essas substâncias podem estar, ironicamente, contribuindo para o ganho de peso e dificultando o controle do apetite. Além disso, estudos anteriores já associaram a sucralose a possíveis alterações na microbiota intestinal, levantando preocupações adicionais sobre seu uso prolongado.
Diante dessas evidências, é importante repensar a recomendação indiscriminada de adoçantes artificiais como estratégia de emagrecimento ou controle glicêmico. É fundamental considerar alternativas mais naturais e com menor potencial de impacto negativo sobre a regulação neurológica da fome e a saúde metabólica.

Alternativas mais Saudáveis
Especialistas recomendam priorizar a hidratação com água e moderar o consumo de açúcares naturais, como mel e frutas. Para pacientes que necessitam de adoçantes, opções como o fruto do monge (monk fruit) e seus derivados podem ser alternativas menos prejudiciais, desde que utilizadas com cautela e escolhendo produtos puros e sem aditivos.
A mensagem é clara
Adoçantes artificiais como a sucralose merecem atenção redobrada por parte de médicos e nutricionistas. O que parecia ser uma solução prática pode estar criando mais problemas do que soluções.
*Gustavo Carvalho, MD, MBA, MSc PhD, é Cirurgião Geral, professor adjunto de Cirurgia Geral FCda UPE, pós graduado em Cirurgia Digestiva pela Universidade KEIO no Japão e consultor de Inteligência Artificial da Amigo Tech.
Instagram: doutorgustavocarvalho

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