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Anistia ou não anistia - Ouvindo o silêncio do povo

07/04/2025 -

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Por Zé da Flauta*

A anistia é um gesto raro e valente de quem deseja reconstruir a convivência. Ela não significa absolvição automática, nem apagar o passado com borracha, mas sim um esforço coletivo de virar a página, quando seguir em frente se torna mais importante do que alimentar os conflitos. É um instrumento político antigo, usado em momentos em que a nação está ferida, dividida ou tensionada ao ponto de não conseguir conversar. Quando há um racha profundo no tecido social, a anistia entra como uma costura necessária.





Visões de mundo

Em várias passagens da nossa história, a anistia serviu para pacificar ânimos e reacender o senso de pertencimento. Quando bem usada, ela tem o poder de evitar que o país fique eternamente preso a ciclos de revanchismo, alimentando ressentimentos e vinganças. O que se busca com a anistia não é a impunidade, mas a reconciliação. E essa reconciliação não é feita apenas entre pessoas, é entre narrativas, entre visões de mundo, entre irmãos que pensam diferente, mas que vivem sob o mesmo céu e dependem da mesma paz.

Sabedoria

Agora mesmo, o Brasil vive um novo debate sobre anistia. Uma parcela expressiva da população clama pela libertação de pessoas presas por terem participado dos protestos de 8 de janeiro de 2023. Há quem veja nisso uma tentativa de proteger culpados, e há quem enxergue um passo necessário para o reequilíbrio do país. O fato é que, quando milhares de vozes pedem anistia, é porque algo mais profundo está pedindo diálogo. A prisão, por si só, não resolve. A repressão prolongada pode até piorar. A sabedoria política, nesses momentos, é saber ouvir até o que não está sendo dito.





Urgência

Anistiar é, antes de tudo, acreditar que a paz vale mais que a discórdia. Que punir pode até satisfazer momentaneamente, mas reconciliar é o que realmente cura. O Brasil precisa reaprender a conversar, a discordar sem se destruir. A anistia, quando bem compreendida, é uma chance de recomeço. E recomeçar, num país tão calejado, é mais do que necessário, é urgente. Porque só quem já viveu o preço da divisão sabe o valor da união.

Até a próxima!

*Zé da Flauta é músico, compositor e escritor.

NR - Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores. O Poder acolhe opiniões divergentes e estimula o contraditório.



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