
Brasil e EUA - Amigos, amigos, negócios...
15/04/2025 -
Por Natanael Sarmento
No O Poder da segunda-feira (14/04), abordamos - Brasil e China – Da era dos pastéis aos grandes negócios. Hoje trocaremos os pastéis chineses pelos sanduíches americanos...
Memórias
Guardamos memórias gustativas do sanduba de pão, ovos, bacon, alface e tomate da lanchonete Belina no Recife
Vivendo o exílio
De insubmisso do serviço militar com acre sabor na boca dos tempos de terror da Ditadura, governo de General Garrastazu Médici, sem razão alguma para amar os americanos e os golpistas de 1964.
As relações
De dependência brasileira aos EUA refletiam as mudanças da hegemonia internacional resultantes das duas grandes guerras. A nova supremacia norte-americana tem prego batido na 1ª Guerra (1914-18) e a ponta virada na Segunda(1939-45).
Entretanto
Veleidades hegemônicas dos Estados Unidos vêm da doutrina Monroe do século XIX expressas no lema:
“América para os americanos”
Do Norte obviamente, cuja síntese da visão política externa imperialista foi apresentada pelo Presidente James Monroe ao Congresso estadunidense.
América Latina
Tratada como quintal. Ofensivo, quiçá, até para entreguistas “made in Brazil” do “que é bom para os EUA é bom para o Brasil”.
“Vamos retomar nosso quintal”
Declarou o Peter Hegseth, Secretário de Defesa, a azeitar ainda mais as provocações belicistas do chefe Donald Trump.
Pretexto da vez
É a influência chinesa no canal do Panamá.
Porém,
Tem “mais coisa entre o Céu e a Terra” que a vã filosofia do secretário Peter. O império americano liderou o bloco capitalista por décadas. Abusou do unilateralismo e das armas no pós fim da U.R.S.S e do bloco socialista.
O Tio Sam
Na diplomacia dos canhões usou a máquina de guerra nos cinco continentes. Hoje vê a nau fazer água enquanto, silenciosamente, sem bombardeios ou guerras destrutivas, a “rota da seda chinesa” vai comendo pelas beiradas ao mercado mundial.
No quintal
Como vê a América Latina, despejaram bilhões de dólares e soldados, instrutores, sabotadores em intervenções e golpes de Estado, invasões, bloqueios, contra governos “não confiáveis”.
Numa rápida revista
1962 - sucessivas tentativas de invasão de Cuba - o bloqueio econômico permanece até os nossos dias; 1963 - Equador, Guatemala e Honduras, 1964, Brasil; 1965, Argentina e República Dominicana; 1973 – Uruguai e Chile; 1981 - El Salvador; 1983 - Granada e Honduras e Bolívia; 1988 - Panamá; 1989 - Colômbia, Bolívia e Peru; 1989- Paraguai...
O preço
Para manter os lucros das corporações da indústria militar e petrolífera dos EUA é o maior risco de guerra global e de desastre ecológico da era nuclear. Embrulhados nas malhas que teceram para controlar o mundo do capital – OMC, FMI, BM, OTAN. No desespero, atropelam essas instâncias mediadoras como rolo compressor “em busca do tempo desperdiçado”. Saltam no abismo.
Nota final:
“Tempo desperdiçado” não é o mesmo que o perdido. O desperdício bélico imperialista nada tem da leveza e da poética da “do tempo perdido” da busca de Marcel Proust.
Natanael Sarmento é professor e escritor, membro do Diretório Nacional da UP- Unidade Popular Pelo Socialismo.
