Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires.
Seus pais, imigrantes italianos, tinham seis filhos, incluindo Mario, o pai do futuro papa.
Bergoglio estudou química e trabalhou como técnico químico antes de entrar para a Companhia de Jesus, em 1958.
Após ingressar na Companhia de Jesus, fez o noviciado e passou por diversos estágios de formação, incluindo estudos em filosofia, literatura e teologia. O futuro Papa Francisco foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1969. Em 1970, graduou-se em teologia na Faculdade de Filosofia e Teologia de São Miguel. Entre os anos de 70 e 80, lecionou filosofia e teologia em escolas de Buenos Aires. Francisco morreu hoje, 21/04/2025 pela manhã, horário local. Confirme acompanhado atraves da imprensa mundial nas últimas semanas, Francisco estava com uma infecção polimicrobiana — causada por um ou mais microrganismos, como bactérias, vírus ou fungos.

Bergoglio e a ditadura

Um episódio controverso, o qual Francisco tinha expiado com duras auto-punições, marcava a atuação anterior ao papado. Não impediu e talvez tenha até facilitado sua ascensão, pois o arrependimento é um valor caro à Igreja Católica. Bergoglio estava à frente da Ordem Jesuíta quando os militares tomaram o poder na Argentina.
Segundo acusações feitas por entidades de direitos humanos e pela imprensa, em 1976 Bergolio teria "retirado a proteção" da Igreja dos sacerdotes jesuítas Orlando Yorio e Francisco Jalics, que faziam trabalho social com comunidades carentes de Buenos Aires, e terminaram sendo sequestrados e torturados. As acusações são mencionadas no livro Iglesia y Dictadura, de Emílio Mignone, publicado em 1986, e em O Silêncio, de 2005, escrito pelo jornalista investigativo e ex-guerrilheiro argentino Horacio Verbitsky.

Papado

Recebido como unanimidade no momento da eleição, Francisco à medida que seu papado progredia, enfrentou duras críticas dos conservadores, que o acusavam de destruir tradições acalentadas. Ele também atraiu a oposição dos progressistas, que expressavam que ele deveria ter feito muito mais para remodelar a igreja de 2.000 anos. Porém a avaliação é que Francisco promoveu avanços consistentes, na medida do conveniente e do aceitável pela maioria dos católicos.

Carisma

Enquanto lutava contra as dissidências internas, Francisco se tornou um astro global, atraindo grandes multidões em suas muitas viagens ao exterior, promovendo incansavelmente o diálogo inter-religioso e a paz, ficando do lado dos marginalizados, como os migrantes. Foi o único nos tempos modernos, que exerceo o mandato com o seu antecessor vivo. O antecessor, Bento XVI, optou por continuar a viver na Santa Sé após sua surpreendente renúncia em 2013, o que abriu caminho para um novo pontífice. Bento, um herói da causa conservadora, morreu em dezembro de 2022.

Sucessão

Francisco nomeou quase 80% dos cardeais eleitores que escolherão o próximo papa, aumentando a possibilidade de seu sucessor continuar suas políticas progressistas. É a hora em que, dentro das paredes do Vaticano, os tradicionalistas tentarão retomar o protagonismo. A previsão e de que acontecerá agora um dos mais intensos conclaves de todos os tempos.