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'Requiem para uma "utopia" que se dizia "científica"' - Por Jarbas Beltra?o*

28/04/2025 -

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A "morte" lenta em prestações do projeto socialista, que ainda quer "sobreviver"

"Morte" e o "além-morte"

Como um "castelo de cartas, "as ditaduras "populares socialistas" da Europa do leste, desabaram, sobrou nada, a não ser uma "merdinha" chamada, Transnístria, ou seja, República Moldáva da Pransnideritriani (o nome é assim complicado), isolada do mundo, do tamanho da região metropolitana do Recife, vivendo de um delírio de seus governantes, que proclamaram a autonomia em 1990, num ataque de delirante e histérica "resistência", após a queda do comunismo soviético; essa maluquice tem reconhecimento de dois países (não sei quais), não existe formalmente, está encravada entre a República da Moldávia e Ucrânia, a sua existência tem uma autonomia não compartilhada por seu povo, mantém seu Partido Comunista e a foice e o martelo, como seus símbolos, símbolo proibido nas ex-Repúblicas antes socialistas, ou seja, Polônia, República Tcheca, Eslováquia e Hungria. O centro de irradiação mundial do comunismo ou socialismo, como queiram, evaporou-se. As economias em frangalhos, antes sobreviviam, principalmente, de uma produção bélica; a produção de bens intermediários, não tinha a atenção dos regimes de ditadores socialistas, e importava tudo ou quase tudo para consumo da população civil.





Transnistria e o socialismo

Voltando à Transnistria, ela é o retrato ridículo de um morto que se quer vivo, que insiste em viver, mas faz tempo que deitou no caixão funerário, o que falta é levá-lo para o buraco, gaveta, urna ou à cremação. A União Soviética, primeira experiência socialista, é certo, bateu as botas em 1991, e já com Krushev, abandonara o marxismo-leninismo, base teórica do socialismo científico. O Partido denominado em seu estatuto, como "Partido do Proletariado", passou a chamar-se com uma denominação de "Partido de todo o povo"; posterior à Krushev, outro ditador soviético, tentou uma justificativa, era "Partido de todo o povo", em vista do comunismo já ter se consolidado na União Soviética, era o arrogante Brejnev, "não riam, não. ...É sério".
A burocracia estatal/partidária, já nos anos 1959, abandonara a luta de classes, o marxismo- leninismo, e o projeto comunosocialista. Gorbachev, o "Gorbi", com a Perestroika, nascida nos fornos da KGB, tentou fazer o morto-vivo suspirar, dá-lhe uma sobrevida, mas fracassou. A Perestroika seria um plano para que o Ocidente, afrouxasse sua prontidão em relação à Rússia e o comunismo, segundo o professor-doutor Flávio Gordon, na sua obra "Comunismo e Globalismo".





Putin e a Federação Russa

Putin, o novo ditador da Rússia, herdeira da União Soviética, agora sem passado, sem presente e, poderá ser sem futuro, depois de 9 anos de Boris Yeltsin, que sucedeu "Gorbi", agora, Putin ocupa o cargo que é perpétuo, ou seja, desde 2001 e, o Partido da maioria do país, é, chamado de "Partido da Rússia Unida".
A Rússia herdou o inventário da URSS, e agora chama-se de Federação da República Russa; da bandeira, o "vermelhão" foi substituído pelas três cores do Império Czarista, trouxeram de volta a antes abandonada bandeira da Rússia czarista (muita humilhação) de faixas horizontais das cores, vermelho, azul e branco e a foice e o martelo, enferrujados e sem cabos, foram substituídos pelo antigo símbolo do Czarado Imperial, isto é, a "Águia de Duas Cabeças", que olha tanto para o Ocidente, como para o Oriente.




O sonho da Rússia Grande permanece

Putin só não abandonou o sonho da Rússia Grande, aquela Rússia já sonhada pelos Czares, a Rússia Imperial que, encontrou em Nicolau Romanov (II) um monarca com pouco entusiasmo e, consequentemente, sem apoio nas elites e no povo urbano das cidades; Nicolau II decidiu abdicar do Trono, em fevereiro de 1917. O sonho do Império Russo compatibilizou-se com os Planos de um mundo unido, com o golpe de outubro de 1917, sob a ditadura da classe operária, sonhada pelos revolucionários bolcheviques, aqueles sonhos dos personagens discordantes entre si, ou seja, Lenin, Trotsky e Stalin. A Rússia hoje é, como já dito, a Federação da República Russa e seu símbolo, volta a ser a "Águia bicéfala" e tenta uma identidade nacional, fluída, mix de República, Império, Ortodoxia Cristã, bolchevismo, nacionalismo e gotas de ocultismo, que um dos cérebros de Putin, o filósofo Alexandre Dugin, denomina de "eurasianismo" - tão anti-ocidental como o marxismo, desde o Manifesto Comunista de 1848, - anti-ocidentalismo que, Marx e seu apagado companheiro Engels, chamava de Revolução Internacional, contra o capitalismo, burguesia, e todo edifício cultural do Ocidente. Mas, o imaginário de Putin é também, habitado pela ideia de um governo mundial, com base no "eurasianismo" contra o "atlantismo" (que é o Ocidente) como aquele ideal lançado, originalmente, pelo Manifesto Comunista - "Proletários de todo o mundo, uni-vos" - e confirmado pelo Comintern. Dissolvida a URSS, agora, no século XXI, num esforço de fazer retomar o sonho Imperial, toma iniciativa das invasões da Bieloruss, Geórgia e finalmente Ucrânia, são os passos em direção àquela agenda perdida pelo Czarado, bem como pelo Partido Bolchevique de Lenin, e que, Putin, como afirmamos, quer fazer renascer - a "Grande Rússia" - contido na obra de Alexandre Dugin, "Geopolítica da Rússia Contemporânea"; o "eurasianismo", novo formato do anti- ocidentalismo russobolchevique, mas que não consegue, absolutamente, ser uma base de aproximação com os " aliados" do "eixo autoritário", isto é, China e o Irã, embora haja uma aliança formal entre os mesmos.

China

Pois é, esse sonho revolucionário, despediu-se da Europa, mas a China resolveu herdá-lo. A China mostrou ao mundo nos últimos anos do Século XX e nas duas décadas do século XXI, que o socialismo estava "vivo", e exibia ao mundo a prosperidade de um povo, que saia do isolamento e miséria, que o oportunista e carniceiro Mao Tse Tung, não conseguiu retirá-la. A "nova China" trazia uma pujança econômica, ao lado de uma ciência e tecnologias fantásticas, depois de "superação" da etapa da economia com base na pirataria e produtos de pouco valor agregado e sem qualidade, mas atrativos aos olhos de consumidores ocidentais, sedentos de compras. A China era o novo farol para construção de um futuro brilhante para o mundo, que Xi jiping e seu PCh alardeava: "um futuro compartilhado por toda a humanidade", com coordenação da China, é claro, e apoiada nas elites econômicas globalistas, aquelas unidas no Fórum Econômico Mundial, sob direção do pernóstico Klauss Shwab, enfim, atraíra muitos ricaços do mundo. Tudo maquiagem, como este modesto professor que ora digita esse texto, já disse em outra oportunidade, "o socialismo da China e do sudeste asiático, veio com cosméticos ocidentais".

Alavancagem econômica, pelos norte-americanos

Eis que, surge numa volta triunfal, Donald Trump, em segundo mandato, agora, sopra o apito e marca "penalti", isso quanto a condução atual da economia mundial, então iniciada, a partir dos anos 1990. E, o "laranjão" tenta trazer de volta para o palco da história econômica, os EUA desindustrializado, que é empreitada difícil; o jogador infrator da partida que resultou no apito da infração, é a China. Trump quer trazer a bola de volta ao centro do campo e o dono da bola quer retornar a dominar o jogo. Ele, EUA que expandiu desde o pós-2a GM seu modelo "American Way of live" para o mundo, com a sociedade de consumo fazendo a prosperidade em todos os continentes, com falhas, claro, pelo mundo afora.

O modelo Ocidental, melhor dizendo, norte-americano (não é questão de opinião, mas de reconhecimento de uma realidade histórica e econômica) alavancou com o Plano Marshal, as economias do Ocidente europeu e com a queda do bloco socialista do leste da Europa e União Sovietica - A ex-socialista Polônia, deixou de ser comunosocialista, e hoje, é a economia que mais cresce no continente, 4% a 5% no ano, à partir da década já referida 1990 - A expansão do capital norte-americano, fez o mesmo com o sudeste asiático, alimentou o comunismo chinês e vizinhança; agora o planeta "socialista" asiático, tirou milhões de pessoas da miséria (800 milhões em toda região). Mas, a partir de 2025, a região vê um colapso se aproximar para os horizontes próximos. Os EUA, que vendem aos chineses 240 bilhões de dólares, compram 460 bilhões de dólares da China e muitas compras do Laos, Vietnã, Cambodja, Singapura, Tailândia; os itens do consumo americano são: computadores, celulares e vestuários, em contrapartida, vende muita soja, aeronaves e semi-condutores, e vejam o tamanho do déficit comercial em benefício da China, 300 bi em dólares. Ao atacar a China, o alvoroço, pelo remédio amargo derruba o comércio chinês e do "planeta asiático". Trump demonstra vontade de não fazer recuos, sofre pressões do mercado interno do seu país, no entanto acena, "são 3 anos de ajustes", acreditamos que será mais. Temos de reconhecer, as medidas do Trump tenderá a levar um sofrimento geral, no mercado global. Mas, o presidente americano tá disposto a seguir em frente.

O mercado de exportação da China entra em declínio

O Lourão atacando a China dá o golpe na "próspera" economia, chamada pelo PCCh de " economia socialista de consumo" - é, simplesmente, economia de exportação, que responde por 45% da produção e comercialização do mercado global - o modelo asiático, como um todo, praticamente, teve seu crescimento com produção baseada em dois pilares.
1. A produção chinesa e asiática é baseada em mão de obra baratíssima e chega aos limites de condições análogas à escravidão.
2. A produção e comércio asiático cresceu nos últimos quarenta anos em vista do consumo massivo das classes médias ocidentais, principalmente EUA. E nesse ítem a pirataria "comeu adoidada".

Tarifaços e isolamento

Os tarifaços tendem isolar o " capitalismo asiático", que nadou de braçadas, com a globalização e o neoliberalismo, este último engrenado por Ronald Reagan, agora, teremos mudanças à vista.

Pra onde vai a economia chinesa.

Agora o que resta, pra China, pois é, "perdeu Mané", vai ter que buscar outros mercados com menor poder aquisitivo e, também, olhar pra seu mercado doméstico, coisa muito difícil. EUA representam 35% do mercado mundial, é um consumo pra lá de "aloprado"; quanto a China com seus 1,4 bi de pessoas, consome 10% daquilo consumido pelos norte-americanos. É consumo de bens intermediários, ou seja, bens de consumo não-duráveis, ainda. Tchau produção chinesa, com muita pirataria por dentro.

A segunda morte

O socialismo que perdeu suas ditaduras nos anos 1989/ 1991, agora corre risco de perda de sua falsa prosperidade, vivida na China e sudeste asiático. Pergunta no ar, e os socialistas? Envidarão novos esforços para ressuscitar aquele cadáver que, o próprio Lenin com a NEP em 1922, já reconhecia sua inviabilidade, mas há aqueles que acreditam que a terra é plana (terraplanagem). Tá aí a cultura "woke" pronta pra derrubar todos os padrões civilizacionais do Ocidente, inclusive os "padrões biológicos", - sexo, ou melhor gênero, segundo a maluquice woke, é questão cultural, passa por escolha pessoal - que muitas nações já estão deixando pra trás, claro, se a matéria é biológica meu amigo, só existem dois sexos: homem e mulher. Até agora, o que nos resta afirmar, "perdeu mané, não amola".

Tenho Dito

Aqui do buncker de minha Gravatá.

Meu apelo, cuidem de seus filhos e netos.


*Jarbas Beltrão, Ms., é historiador, professor de História da UPE


**Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto a contestações e ao contraditório.
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