José Nivaldo Junior*

Tem males que vêm para o bem. O ex-deputado caruaruense Wolney Queiroz, finalmente atingiu, mesmo que por caminhos indesejados, o posto de ministro, à altura da sua estatura, história e competência. Não é verdade o que parte desinformada da mídia política nacional, inspirada pelo óbvio mas desinformada dos meandros da realidade, de que Wolney era o braço direito de Lupi. Não corresponde. Embora com uma história de lealdade incondicional ao PDT, que remonta às relações pessoais do seu pai, José Queiróz, o legendário ex-prefeito de Caruaru, com o grande Leonel Brizola, Wolney foi nomeado secretário geral do ministro Lupi, dono, ou melhor presidente nacional do PDT. Porém nunca foi da cozinha, da sala, da intimidade da gestão. Lupi jamais deu a Wolney o espaço que ele merecia. O mal que veio para o bem. Wolney pensou em sair, sei de ciência certa, mas suportou o ostracismo dentro da estrutura do ministério. Com verdadeiro estoicismo, intuindo que estava ali predestinado para uma missão maior, conclusão minha. Melhor para ele. Quando o maior escândalo da história da República estourou, ele estava perto mas blindado. Ninguém encontrou nenhuma digital sua na dinâmica do escândalo. A ascensão, portanto, tornou-se um fato natural.

Dignidade

Hora nenhuma Wolney conspirou contra Lupi. Porém em nenhum momento traiu a confiança do compromisso maior, o governo do presidente Lula. Um algodão entre cristais. Essa proverbial capacidade de fazer política com grandeza, somando ao invés de dividir, Wolney trouxe do berço. Filho de Zé Queiroz e a doce D. Carminha, criança ainda, era o orador mais aplaudido nos comícios do pai, em Caruaru. Eleito com 21 anos para a Câmara Federal, foi o deputado mais jovem até então.
Nascido em Caruaru, em 12 de dezembro de 1972, sempre foi filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Exerceu seis mandatos de deputado federal. Apesar de bem votado, ficou fora da Câmara na sétima tentativa, por critérios de quociente eleitoral. Nomeado Secretário Geral do Ministério da Previdência Social. Embora não haja provas do envolvimento de Lupi na fraude do golpe contra aposentados, a situação ficou insustentável. Wolnei, muito bem articulado no Congresso, da confiança pessoal de Lula e outros cardeais do PT, de fácil trato pessoal, enfrenta seu maior desafio. Conheço Wolney de longa data. Com alegria, arrisco uma previsao: vai botar o Ministério e a previdência nos eixos, discretamente, sem tolerância com o erro e sem caça às Bruxas. O perfil que o Ministério precisa para superar a grave crise.

*José Nivaldo Junior é publicitário. Diretor de O Poder. Da Academia Pernambucana de Letras.