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Avô - Flávio Chaves escreve que Theo nasceu para renascer o mundo

05/05/2025 -

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Por Flávio Chaves 
 
 
Nasceu meu neto. E com ele, algo também nasceu em mim - algo que eu não sabia que ainda podia nascer. Foi como se o tempo, que até então só me levava, tivesse parado um instante para me devolver algo essencial. Um presente embrulhado em silêncio, em choro de recém-nascido, em mãos miúdas que ainda não sabem segurar o mundo - mas já sabem habitá-lo com beleza.
 
O nome
 
O nome dele é Théo. Tão pequeno no corpo, tão imenso no significado. Ele veio de minha filha, Ada Cecília, e de seu companheiro Daniel Gadêlha - dois nomes que agora se transformaram para mim: não são mais apenas filha e genro, mas também mãe e pai de um milagre. Olho para ela, minha filha, e vejo nela não apenas o ventre que gerou, mas a história que continua. Sinto, nesse instante, que fui pai para que ela pudesse ser mãe. E que tudo valeu.
 
Sopro novo
 
Théo é um sopro novo que me atravessa o peito. É como se ele tivesse trazido com seus olhos fechados uma nova chance de ver a vida com mais doçura. Ele não fala, mas já me ensina. Não anda, mas já me leva longe. Em seus movimentos delicados, carrego o peso leve de um futuro que agora tem nome.
 





Uma ponte
 
E no fundo, meu neto é também uma ponte entre mim e minha mãe, entre mim e meu pai, entre mim e os que vieram antes e os que ainda virão. Ele carrega em si o sangue que um dia correu em mim, e agora correrá por muito além de mim. É um espelho do tempo que ainda pulsa, mesmo quando a gente se distrai com o que passou.
 
Ser avô
 
Ser avô não é apenas um título — é uma epifania. Um reencontro com a ternura que o mundo insiste em esconder. E ao olhar para Théo, percebo que não se trata apenas de dar continuidade ao nome da família. Trata-se de manter vivo o amor. De reaprender o encanto. De se deixar inundar por esse afeto que não exige nada além de presença.
 
Novo pedaço
 
Sim, nasceu meu neto. Mas, ao lado dele, nasceu também um novo pedaço do meu coração. Um pedaço que agora bate fora do meu peito — num bercinho de esperança, de promessas, de auroras que ainda virão.
 
Flávio Chaves – Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc



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