
Avança a Terceira Guerra - Piratas e monges nas montanhas do Himalaia, por Natanael Sarmento*
07/05/2025 -
Enquanto o mundo aguarda a eleição do novo Papa, os senhores das guerras tocam fogo na cordilheira do Himalaia, Caxemira. Região dividida entre o Paquistão e Índia, com a parte Leste controlada pela China. Cercadinho montanhoso de bombas atômicas para todos os lados.
“Resistência da Caxemira”
Grupo até então desconhecido, assume a fuzilaria do abril passado no Resort da “Suíça indiana” Pahalgam, com dezenas de turistas mortos e outros tantos feridos. Délhi responsabiliza o Paquistão pelo ataque. O governo acusado negou envolvimento e retaliou cortando relações comerciais e fechando o espaço aéreo aos vizinhos indianos.
Na terça-feira (06/05), a Índia atacou território paquistanês, matou 26 e feriu 46. O Paquistão deu troco menos de 24 depois, matando 10 e ferindo 48 pessoas na Índia. O empurrão para a briga foi dado.

Falências da razão?
Independente de batalha das narrativas, qualquer guerra destrói e mata. Diante da banalização de guerras “regionais”, assistimos à derrocada ou falência da razão humana? Da capacidade humana de pensar? Nesse miserável tempo de guerras, lembramos da vitória de Pirro, tão prejudicial ao vencedor que outra acabaria o seu exército. Assim é o triunfo da lógica do lucro capitalista, a desconhecer limites e fronteiras e representar efetiva ameaça de destruição ambiental e guerra nuclear.
Tragédia humana
Guerras banalizam a morte. Unamuno do “sentimento trágico da vida” pensou sobre a razão que tudo destrói, o escândalo e a loucura, a falta de sentido existencial. Mas as guerras imperialistas são grandes negócios, lucrativos. Para uns poucos, obviamente. O Primeiro ato da tragédia mundial (guerra de 1914-18) contabilizou 20 milhões de mortes. O Segundo (1939-45) ultrapassou 70 milhões. Tragédias definem e demarcam o “breve século XX”, na lição de Eric Hobsbawm.
Melhor dos mundos?
Sob a hegemonia unilateral das corporações e monopólios capitalistas globais sem a bipolaridade da “ameaça da cortina de ferro” do mundo comunista estamos mais próximos da paz? Os donos do mundo, rufiões das guerras se desarmaram depois do fim da “Guerra Fria”? A apologia do “fim da história” de Fukuyama do melhor dos mundos capitalistas? Muito ao contrário, aumentaram os orçamentos militares, os complexos tecnológico-militares, os conflitos e guerras. Fortaleceu o braço armado capitalista - OTAN – que ampliou participação em conflito mundo afora e congrega uma aliança de 32 países liderados pelos EUA e a diplomacia do canhão na qual a “bellum ultima ratio rex” é a primeira.

Palestina
As ofensivas imperialistas dos Estados Israel/ EUA/ OTAN/32, na faixa de Gaza contra palestinos sem Estado, não tem paralelo na história. O pretexto ideológico de “guerra ao terrorismo” é a cortina de fumaça dos interesses imperialistas. Milhares de civis assassinados nesse genocídio chamado de guerra, para anexação de territórios e extermínio étnico dos palestinos. O governo sionista age como os nazistas agiam contra os judeus no terror do 3º Reich.
Rússia e Ucrânia
Completam três anos da invasão da Rússia no território da Ucrânia. O pretexto foi a adesão de Zelenski à OTAN e a ameaça da instalação da bases da OTAN no país. Quantas vidas foram ceifadas e destruídas nessa guerra imperialista? Os números são desencontrados, a realidade supera as cifras oficiais, mantida em sigilo de Estado.
África
O rico Continente africano, pobre, porque espoliado sob o colonialismo Europeu, aduba com sangue grandes fortunas capitalistas até hoje. Dos 54 países do Continente, 24 deles agonizam nas guerras civis e conflitos armados. Obviamente, a matança na África negra não causa a mesma indignação e nem tem a mesma repercussão das guerras entre “brancos” europeus.

Segredo de Polichinelo
Os aparelhos ideológicos e grande mídia da burguesia capitalista fazem mágica sob cortinas de fumaças manipuladas para inverter a realidade. Os EUA/OTAN/Israel, verdadeiros terroristas, respondem aos “ataques dos terroristas” invadidos e destruídos, na Palestina, Síria, Líbia, Iran, Iraque.
Receita velha
Usada pelos capitalistas para manter as taxas de lucros altos em tempos de crises prolongadas é de uso trivial feijão com arroz. Enfraquecem-se regimes liberais e democráticos, fortalecem-se regimes fascistas, totalitários, incita-se o nacionalismo e promove-se o expansionismo. Nesse caldeirão do Diabo cozinham-se as guerras. Azeita-se o complexo industrial-tecnológico bélico, contabilizam-se os quinhões do botim nas “áreas de influências”. Destrói-se grande parte das forças produtivas. Triplica-se o lucro na reconstrução da terra arrasada. O Plano Marshall e tantos outros de “ajuda” falam por si.
Fumaça branca
O Vaticano está na contagem regressiva. Mas o mundo está em passos rápidos rumo à 3ª guerra mundial, com efetiva ameaça de destruição ecológica e nuclear. Mais de 60 países estão envolvidos em conflitos na África, Europa, Oriente Médio, Ásia. A América Latina é um barril de pólvora. A encruzilhada apocalíptica da humanidade: socialismo ou barbárie. Ser coveiro do imperialismo ou ser enterrado na vala comum cavada pelos grandes capitalistas “mais vivos”.
*Natanael Sarmento é professor e escritor. Da Direção Nacional do Partido Unidade Popular Pelo Socialismo –UP.
NR - Os textos assinados expressam a opinião dos autores. O Poder acolhe e estimula ideias divergentes.

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