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Sobre o Dia da Vitória - Por Jarbas Beltrão*

19/05/2025 -

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As "rendições" da Alemanha na 2a. GM, expõem o que viria ser o mundo rachado da guerra fria.

Rendições

Maio de 1945 , sob o comando do novo líder alemão que substituiu o Chanceler Nazista Adolf Hitler, - o Almirante Karl Donitz - representado pelo General Alfred Jodl, foi assinada a rendição das tropas e do Estado Nazista, em 8 de maio de 1945, na cidade de Reims na França. As forças Aliadas, daquela maneira, declarava a vitória da Democracia Ocidental e afastava o jugo nazista, que durante mais de cinco anos impôs um regime de terror e deixou um saldo de milhões de mortos no continente europeu.

Dia 8 de maio, portanto, marca o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, um momento que simboliza a vitória dos Aliados pela luta corajosa de milhões de pessoas em defesa da liberdade; na guerra européia. A Libertação e a defesa da Democracia, tornaram-se possível, também com a participação de nossos pracinhas da FEB na Itália, nos combates em Fornovo, Monte Castelo, Montese. Castelnuovo. Nossos combatentes, juntando-se às tropas aliadas, foram compor o 5° Exército Americano; momento histórico do compromisso do Brasil, com a liberdade, não apenas visando afastar o perigo do totalitarismo nazista para o mundo, mas a defesa da Liberdade, significando a Liberdade de Expressão, liberdade política e liberdade econômica. Naquela guerra, a União Soviética que até o Tratado de 1939, ( Amizade e não agressão, entre Alemanha e União Soviética ) esteve acomodada com parte das forças do Eixo Totalitário (Alemanha, Japão, Itália), se bandeara para o lado aliado (Estados, Unidos, Inglaterra e França), isso em função da Alemanha ter invadido o território soviético em 1941, através da Operação Barbarossa.

O ditador Stalin, com sua migração para o lado dos "Aliados" tornara-se o principal comandante da guerra no Oriente europeu, até chegar e, ir além de Berlim, a capital do III° Reich.





A vitória do Exército Vermelho

O Exercito Vermelho, derrotou as tropas nazistas no Oriente da Europa, e se deslocou para o centro do continente afastando o domínio alemão. Essas vitórias soviéticas, e a chegada em Berlim, fez daquelas conquistas as razões para as comemorações do "Dia da Vitória" na "Guerra Patriótica" e que originou do lado sovietico, o evento que no Ocidente é pouco conhecido, mas que marca uma espécie de ação de Stalin, que tentou trazer pra si, a vitória contra a ditadura alemã, pois é, na madrugada de 9 de maio de 1945 em Berlim, ocorreu a assinatura de rendição dos Exércitos Alemães, que curvara-se ao poderio do Exército Vermelho.

As duas "rendições" alemãs

As duas "rendições" alemãs deixaram para futuras interpretações, o papel da guerra nos dois palcos europeus. Dois Acordos de rendição da Alemanha, Reims (França) e Berlim (Alemanha), 8 e 9 de maio de 1945, respectivamente. O primeiro recebeu a denominação de "Vitória aliada contra o totalitarismo nazista", sem identificação nacional, mas sim de vitória contra o exército expansionista, representante de uma ideologia totalitária, e a defesa da Democracia. Em contrapartida, Stalin, e o comando do Exército Vermelho, interpretava aquela guerra como a "Guerra Patriótica" contra o agressor Alemão, agressão que ocorrera à partir da Operação Barbaroosa, em 1941.

Dias seguintes, após o 9 de maio de 1945, a Cúpula Soviética, realizou seu primeiro desfile de Vitória, da sua "Guerra Patriótica", que tornou-se tradicional, como lembrança, em todos os anos, nas ruas de Moscou.
O primeiro desfile, ocorreu com a participação de 60 mil prisioneiros de guerra alemães, que desfilavam sob apupos da população moscovita, que assistia ao evento. Verdadeiros mulambos humanos eram alvos do ódio da população da cidade, sedentas de dar o troco pelas agressões que os nazistas impuseram as mesmas. O desfile tivera a reprovação dos "aliados" por perigo de poder desencadear uma onda de massacre selvagens, contra os prisioneiros de guerra.

A Vitória Aliada Ocidental

A data da "Vitória Aliada", sempre foi lembrada no continente europeu, na França, Itália, Inglaterra, bem como nos EUA, Canadá ( este último, teve predominância no desembarque da Normandia) e Brasil.
No Brasil a data é sempre lembrada com eventos e principalmente nos quartéis.de nossas Forças Armadas.
Neste ano de 2025, o Brasil celebrou, também os 80 anos desse marco histórico, relembrando o papel essencial de seus combatentes; no Rio; os Comandos realizaram tradicional homenagem aos mortos no Aterro do Flamengo, com presença da população civil e autoridades. O evento, lembra, os que deixaram suas casas e famílias para defender a democracia. A data entrou para o nosso calendário como símbolo da coragem, do sacrifício e da devoção de homens e mulheres das nações aliadas, que combateram a opressão, a tirania e o totalitarismo.
Cerca de 25 mil militares brasileiros, da Força Expedicionária Brasileira (FEB), enfrentaram duras batalhas ao lado das tropas aliadas. Já a Força Aérea Brasileira (FAB), com o Primeiro Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), participou de mais de 400 missões aéreas de combate na Itália, entre outubro de 1944 e maio de 1945.





As celebrações em Moscou

Neste ano de 2025, não deixou de ocorrer as celebrações no Brasil e no Mundo. A Federação Russa, realizou seu "Desfile da Vitória" em Moscou, hoje , não mais capital da União Soviética. Mais um ano, a Praça Vermelha em Moscou, assistiu ao célebre "Desfile da Vitória".

Naquele Desfile, Moscou vestiu como sempre as "roupas de Gala", nele pôde ser visto faixas sobre edifícios que apresentaram a "foice e o martelo". Nas tribunas podiam ser vistas, pessoas do povo e, como sempre, autoridades marcaram presença nas tribunas de honra; o Presidente russo Vladimir Putin, ladeado por Xi Jiping (ditador e secretário-geral do PCCh) e mais de vinte políticos mandatários da Ásia, África, América Latina (Maduro, Ortega, Dias Canel, Luis Lula da Silva). O Brasil me parece, perdoe-me se eu estiver enganado, participou do Evento pela primeira vez.

Nas ruas, Putin não deixou, que as tropas se omitissem de exibir os armamentos avançados russos, isto mantendo uma guerra com Ucrânia e fala-se ainda, nos bastidores do mundo da política, que programa chegar à outros países, ex-Repúblicas soviéticas do Báltico e ex-Repúblicas socialistas do Leste Europeu. É projeto sonhado pelo ditador russo, a reconstrução do ex-Império Soviético, que também fora sonho do Czarado russo.

A Ordem global autoritária

Hoje, o mundo, vive namorando o caos, uma Ordem global em formação depois da perda de rumos daquela Ordem apoiada sobre pilares da Guerra Fria, se desintegrou. A partir de 1990, o antigo mundo socialista, que globalmente era representado pelo "Comecom" e "Pacto de Varsóvia" deixou de existir.Entretanto tudo faz crer que as colunas permaneceram em pé, com seus horizontes anunciados nas bandeiras do "anti-ocidentalismo", "anti-capitalismo" e um futuro comunoglobalista" ("Operários de todo mundo, uni-vos"). E certo que a classe operária hoje tem composição totalmente diferente e desigual, daquela da época do Manifesto Comunista de 1848, ou da "Revolução" Bolchevique de 1917. Mas o socialismo que foi construído, nada teve à ver com classe trabalhadora, ela foi e continua sendo o álibi utilizado por aqueles que formaram as novas elites dominantes como: a "Nomenklatura" Soviética, os burocratas do Leste Europeu ou a tecnoburocracia chinesa. A última que me refiro chinesa), conseguiu até agora com "sucesso", formar uma aliança com algumas elites corporativas ocidentais, que juntas salvaram o sistema de poder do controle do Estado e Sociedade e dar uma longevidade a elite comunista do país. O "sucesso" do autoritarismo chinês, arrancou do nosso Presidente, o depoimento: "(...) precisamos de um Partido que tenha poder e força em nosso país e um Estado que seja obedecido por todos, isso, nós não temos".


A "guerra fria" continua


Então fica claro, que a luta contra o totalitarismo alemão, realmente teve dois "fronts" na 2a. GM, ambas foram contra um regime totalitário, mas por causas diferentes: "defesa de um regime de liberdades democraticas" e outras "uma guerra patriótica" em defesa da expansão da Revolução Mundial Comunista, iniciada, no ultimo caso, desde o Golpe ("Revolução") Bolchevique. Hoje, Putin e Xiping _versus_ Ocidente (que ainda, consegue defender o liberalismo) são os "playeres" mas que não são novos.

Tenho Dito.


*Jarbas Beltrão é Historiador e Professor de História da UPE. Mestre em Educação pela UFPB e MBA em Política, Estratégia, Defesa e Segurança Pública pela ADESG e Faculdade Metropolitana de São Carlos.


**Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto a contestações e ao contraditório.



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