O Senado Federal aprovou o Projeto de Lei que reconhece o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, realizado em Brejo da Madre de Deus, PE, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A proposta já havia passado pela Câmara dos Deputados e segue agora para sanção presidencial. Com isso, o espetáculo será oficialmente incorporado aos bens imateriais protegidos pelo Estado brasileiro, garantindo maior visibilidade e apoio à sua continuidade. "É um motivo de orgulho para todos os pernambucanos", afirmou Robinson Pacheco, presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova. Ele destacou o legado deixado por Plínio e Diva Pacheco, idealizadores da cidade-teatro, que transformaram um sonho em um símbolo de fé, arte e identidade nacional. O Dep. Felipe Carreras, autor do PL, também celebrou a conquista, afirmando que a Paixão de Cristo é mais do que um espetáculo, representa fé, tradição e identidade do povo pernambucano. Já o senador Humberto Costa, relator do projeto, ressaltou a importância do reconhecimento para a preservação da tradição cultural e religiosa do país.

O espetáculo tem origem nos anos 1950, quando o comerciante Epaminondas Mendonça realizava encenações nas ruas de Fazenda Nova. Inspirado por uma matéria sobre Oberammergau, na Alemanha, ele sonhou com algo semelhante no Agreste de Pernambuco. A ideia ganhou força em 1956 com a chegada de Plínio Pacheco, e a primeira apresentação na cidade-teatro de Nova Jerusalém ocorreu em 1968. Desde então, milhões de pessoas já assistiram à encenação, que se tornou um dos maiores eventos culturais e turísticos do Brasil na Semana Santa. Realizado com mais de 400 atores e figurantes, o espetáculo acontece em uma cidade-teatro de 100 mil m², cercada por muralhas e torres de pedra, com nove palcos que recriam cenários históricos como o Templo de Jerusalém, lagos e palácios, proporcionando uma experiência realista e imersiva.