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Telhado de vidro na CPMI do INSS, por Natanael Sarmento*

21/05/2025 -

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Nesta semana as deputadas Damares Alves (PL-DF) e Coronel Fernanda Siqueira (PL-MT), indignadas com fraudes quais sacerdotisas vestais da moralidade, protocolaram a CPI do INSS.

Longo percurso

A fraude
bilionária fez-se nos descontos indevidos das pensões dos segurados da autarquia pública destinados à associações e sindicatos. A ação conjunta da CGU –Controladoria geral da União e Polícia Federal revelou a fraude sem saber o valor total do desfalque desde o começo. Os descontos indevidos começam no governo Temer, passam em brancas nuvens no quatriênio Bolsonaro e chegam ao governo do Lula. Dados de 2019 a 2024 apontam rombo de 6,3 bilhões. A maioria das entidades do “esquema” começaram a roubalheira na era Bolsonaro. O escândalo se escancarou no governo do PT e o Ministro da Previdência foi afastado do cargo para minimizar danos.

Guerra de Narrativas

Oposição e governo se engalfinham e se arvoram das virtudes republicanas. Para além desta mal disfarçada disputa de narrativas entre “pescadores de águas turvas”, é o vale tudo do poder. A “grande política” da institucionalidade burguesa faz-se com muita grana – lícitas ou não - controles midiáticos e ações de milícias digitais capazes de transformar mentecaptos em mitos.

Vestais?

Sacerdotisas oficiantes da liturgia promovida pelo PL, vestais do templos da deusa Vesta da defesa da família, figuras bem conhecidas dos brasileiros. A Damares foi ministra do Bolsonaro e ganhou notoriedade com suas conversas om “Jesus da goiabeira” e falsas denúncias de “crimes sexuais”. A Coronel Fernanda votou pela soltura do Chiquinho Brazão, assassino da Marielle Franco, pelas ligações perigosas com as milícias do RJ. E o Templo Sagrado da moralidade - PL - foi o escolhido pelo Bolsonaro, quando frustrou-se no intento de fundar um partido para chamar de seu.

Olha lá

O PL tem 35 deputados encrencados na justiça, um curso completo de direito penal. O ex-Presidente da sigla, Waldemar Costa Neto, foi condenado a 7 anos e dez meses por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. Recentemente, pelo desvio de 7 milhões de “emendas parlamentares”, foram condenados os deputados Pastor Gil (PL-MA), Bosco Costa (PL-SE) e Josimar Maranhãozinho (PL-MA). Tem gente atirando pedra em telhado de vidro nessa opereta. Vamos ver se a CPMI não acaba em pizza.

Para ofender

Perguntamos em que retiros espirituais estavam as duas vestais da moralidade quando da roubalheira no governo Bolsonaro? Somente durante a pandemia Covid19 fraudes bilionárias - “auxílio emergencial”, compra e produção da “cloroquina”, contratos das vacinas 1 real a dose, etc. 9 bilhões foram para o ralo no auxílio emergencial (TCU). 79 mil militares envolvidos no esquema fraudulento permanecem sem punição até hoje. E os rachadões - é impróprio falar-se nas “rachadinhas” em somas de mais 500 bilhões. Quanto ficou na conta do dízimo ou foi parar nos cofres dos “escolhidos” de Deus, a conta ainda não fechou.

Vendilhões do templo

No centro
de todos os escândalos, os políticos congressistas e executivos de todas as esferas da administração ligados ao bloco chamado de “Centão”. Eufemismo suave para designar políticos da direita com seus velhos vícios de uso e abuso do poder econômico, troca de favores, aparelhamento do Estado, nepotismo e fisiologismo. Para findar a homilia do templo das “virgens vestais”, é preciso expurgar os vendilhões dos templos. Relembremos as lições dos antigos: “Diz-me com andas que te direi quem és”.

*Natanael Sarmento é professor e escritor, da Direção Nacional do Partido Unidade Popular Pelo Socialismo.

NR - Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores. O Poder está sempre aberto ao contraditório.

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