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Viagem pelo mundo da música, do som da alma e ao barulho do mundo, por Zé da Flauta*

29/05/2025 -

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Por Zé da Flauta

Tudo começou antes das palavras. Quando nossos ancestrais batiam pedras ou paus ritmicamente, talvez para espantar o medo ou chamar os deuses, já havia música. A primeira canção pode ter sido um lamento, um sussurro de dor ou um grito de alegria. A música nasceu do instinto e virou linguagem. Dos tambores tribais às liras da Antiguidade, ela se misturou à religião, à guerra, ao amor e ao mistério da existência. Não por acaso, a flauta mais antiga já encontrada foi feita com os ossos de um pássaro, como se o ser humano quisesse imitar o que a natureza já sabia.

Negócio

Com o tempo, vieram os sistemas. Pitágoras mediu intervalos, os gregos deram nomes aos modos, os monges inventaram a notação. A Idade Média ouviu cânticos litúrgicos, o Renascimento refinou harmonias, o Barroco fez da música uma arquitetura divina. Depois vieram os palcos, os salões, as partituras impressas, os virtuoses. E então, com a Revolução Industrial, a música virou produto. Ganhou etiquetas, contratos, gravadoras, vitrolas, rádios e cifras. A arte virou negócio. E mesmo assim, resistiu. Mesmo sendo vendida em vinil, fita, CD ou stream, ela ainda tocava corações.

Escolha

Hoje, a música está em todo canto, mas também em risco de se tornar ruído. A indústria despeja milhões de faixas por semana nas plataformas digitais. Há hits que duram um mês e são esquecidos como se nunca tivessem existido. O artista virou conteúdo, o ouvinte virou algoritmo. Ainda há beleza, mas ela precisa nadar contra o fluxo. Paradoxalmente, nunca foi tão fácil fazer música, e nunca foi tão difícil ser ouvido com atenção. O silêncio virou luxo. E o tempo, nosso maestro mais exigente, escolhe o que permanece.






Centelha

E o futuro? Ele já começou a compor. As IAs escrevem letras, geram harmonias, imitam estilos, resgatam vozes do passado e criam sons que nenhum humano imaginaria. Isso assusta? Talvez. Mas também fascina. A música feita com IA pode ser rasa ou genial, depende de quem programa e, mais ainda, de quem escuta. O que não muda é a centelha. Porque por mais que a tecnologia avance, ainda há um lugar sagrado que nenhuma máquina acessa: o arrepio que sobe a espinha quando uma canção nos toca. E esse, meu amigo, ainda é um milagre só nosso.

Até a próxima!

*Zé da Flauta é músico, compositor e escritor refinado.



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