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Abin Paralela: os papéis de Bolsonaro, Carlos e Ramagem segundo a PF
17/06/2025 -
A PF atribuiu papéis importantes ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ao deputado Alexandre Ramagem e ao vereador Carlos Bolsonaro no esquema de espionagem ilegal montado dentro da Agência Brasileira de Inteligência, Abin, durante o último governo. O inquérito detalhou o funcionamento de uma estrutura paralela para monitorar adversários políticos, autoridades dos 3 Poderes, servidores públicos, jornalistas e lideranças civis. Mais de 30 pessoas foram indiciadas pela PF na investigação. A PF encontrou documentos e e-mails que mostram que Ramagem orientava o presidente sobre a estratégia de deslegitimar o sistema eleitoral e alimentava a retórica de confronto institucional. Carlos Bolsonaro, vereador no RJ, é apontado como responsável por transformar as informações obtidas ilegalmente em munição para ataques virtuais, ele comandava o “gabinete do ódio”.

Braço político do bolsonarismo e uso de First Mile
Segundo a PF, Bolsonaro sabia da existência da estrutura de espionagem paralela e se beneficiava diretamente das informações obtidas ilegalmente. O esquema teria sido aparelhado para garantir sua permanência no poder, monitorando opositores e minando a credibilidade de instituições democráticas, como o sistema eleitoral e o STF. Documentos captados pela PF apontam que Bolsonaro recebia orientações de Ramagem para atacar as urnas eletrônicas e adotar um discurso mais agressivo contra “o sistema”. A prática, segundo os investigadores, estaria conectada ao plano de golpe de Estado pelo qual o ex-presidente já responde como réu em outro processo. Ramagem, é o responsável por comandar o núcleo de inteligência clandestino dentro da agência. A PF sustenta que, sob sua gestão, a Abin foi transformada em um braço político do bolsonarismo. Agentes da Abin usaram ilegalmente a ferramenta de geolocalização First Mile para monitorar, em tempo real, a movimentação de alvos em todo o território nacional.