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Tarifaço de Trump - Alckmin escalado para evitar o rebaixamento

15/07/2025 -

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José Nivaldo Junior*

A sabedoria popular prescreve que "a dor do parto ensina a parir". É o que parece, felizmente, ter ocorrido, em tempo recorde, com os principais atores da política brasileira.
No primeiro momento, todos se apegaram à versão oficial dada por Trump, que aproveitou o bolsonarismo e as atitudes bizarras de Alexandre de Moraes, do ponto de vista do melhor direito do Ocidente, para ameaçar impor uma tarifa exorbitante de 50% sobre os produtos importados do Brasil. Dissemos aqui em cima da bucha: "Os argumentos na carta de Trump são justificativas que existem mas não são os motivos essenciais da declaração da guerra tarifária. Esses remetem ao protagonismo dos BRICs e à proposta de Lula de uma moeda alternativa ao dólar. O Império americano se sustenta em duas pernas: o poderio militar e a moeda. Cortou uma perna, o Império cai. Trump botou o bode na sala para negociar o que interessa. Resta à diplomacia brasileira entender isso e agir com pragmatismo".

Reações com o fígado

Governo e oposição reagiram emocionalmente, explorando estados mentais primários de suas respectivas torcidas organizados. Bravatas idiotas e posicionamentos equivocados dos dois lados. O nosso Jornal O Poder voltou ao tema. Elogiou o silêncio do STF e criticou o bate boca estéril e nocivo ao país.





Relembrando o que dissemos

"Negociar é diferente de arengar. Tudo o que o Brasil oficial fez desde a desrespeitosa carta de Trump, em nada contribuiu para desarmar os espíritos e para o entendimento. Mais do que um estilo de tratar conflitos, é uma decisao: queremos resolver a bronca ou agravar a tensão?
Isso é o que se coloca. Na real. Sabendo que a rodilha é leve mas o pote é pesado".

De lá para cá

O texto acima foi publicado sábado passado. De lá para cá, o Supremo (não se pode elogiar) emitiu uma carta tosca dirigida ao presidente Trump e, para completar, veio a público nos Estados Unidos uma medida que, pelo menos por lá, soou como mais uma provocação de Alexandre de Moraes às big techs norte-americanas. Mas, felizmente, o judiciário parou de atrapalhar por aí. Já os atores principais, do que vinha sendo uma comédia pastelão de péssimo gosto, recuaram quase sem exceções, para uma posição de bom senso.

Recuo para onde?

Ao invés de arengarem, os governadores que se posicionaram, ou sugeriram, apoiar as ameaças de Trump, recuaram e mudaram o tom da conversa. Ficou feio, estrago grande na imagem. Porém, como se dizia antigamente, errar é humano mas permanecer no erro é jumentice. Recuaram, pois. Estão todos eles pianinho, como se diz. Tratando o caso com civilidade e pragmatismo.





Lula 3

O governo federal também mudou de rota, ainda bem. Optou por tentar sobreviver ao invés do suicídio nacional. Alguém deve ter dito a Lula que guerra militar une o país em torno do governante da hora. Mas com guerra fiscal é diferente. O povo não vê tropas, não é mobilizado, sequer entende direito o que significa tarifa de 50%. E se entende, nem acha caro, impostos nesse nível ele já paga por aqui mesmo. Agora, desemprego, o povo sabe o que é. Difícil entrar na cabeça de alguém do povo que a culpa de uma possível onda de desemprego, decorrente de uma possível aplicação de tarifas, é de Bolsonaro. Isso é percepção para a elite, e nem toda. Então, o que fez Lula? Sabiamente, entregou a tarefa de mobilizar o empresariado potencialmente atingido e comandar os entendimentos a alguém sem desgaste. Conforme matéria publicada há pouco aqui, em O Poder, através do vice-presidente, diplomata nato, o governo brasileiro busca negociação e apoio nos empresários, daqui e também de lá. Vai dar certo? Difícil reverter o estrago de dois anos e meio de politica externa hostil aos EUA - na afirmativa, deixo claro, não há juízo de valor. É a constatação de um fato. Mas, se há um caminho para evitar o rebaixamento no campeonato das tarifas, é mudando o tom da política externa e negociando. Afinal, como dito, botar o bode na sala foi o principal objetivo da carta aberta de Trump. Tirar o bode da sala é o desafio para Alckmin.

*José Nivaldo Junior é historiador e publicitário especializado em marketing político. Da Academia Pernambucana de Letras.



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