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O jogo de cintura do ministro da Defesa, José Múcio, para equilibrar relações entre o Governo Lula e as Forças Armadas

15/07/2025 -

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Hylda Cavalcanti/Por HJur

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, deu mais um gesto de suas habilidades diplomáticas e jogo de cintura entre integrantes do Governo Lula 3 e militares. Múcio pediu formalmente nesta segunda-feira (13/07) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ser dispensado de prestar depoimento.

O Tribunal tinha agendado para a próxima semana a participação dele em uma das audiências, no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

O pedido foi encaminhado pela Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o ministro. No documento, ele alegou que não tem conhecimento sobre os fatos investigados e, por isso, não poderia contribuir com informações relevantes.

Rafael Oliveira

Múcio seria ouvido no dia 22 como testemunha de defesa de Rafael Martins de Oliveira, militar das Forças Especiais conhecido como “kid preto”, que está entre os réus do núcleo 3 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo a acusação, esse grupo foi responsável por planejar as ações da suposta trama golpista. Oliveira está preso desde 19 de novembro de 2023. É acusado de participar da elaboração de um plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes.

Moraes ainda não decidiu a respeito, mas entre juristas, não há motivos para o depoimento do ministro ser mantido.

Poder de conciliação

Considerado responsável por conciliar o governo com os principais expoentes das Forças Armadas desde o período de transição, José Múcio já evidenciou essa sua característica várias vezes.

Foi nomeado para o cargo sem interferência de nenhum partido, por decisão pessoal de Lula que o considera um “grande amigo”. E coleciona tanto admiradores dentro do Governo (como o ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, por exemplo) como desafetos, caso do ex-presidente do PT, deputado federal Rui Falcão (PT-SP).

Monteiro pode desagradar os que fazem parte do entorno mais próximo de Lula querendo que seu governo seja mais petista do que é. E até provocar ciúmes entre colegas pelo relacionamento próximo que tem com o presidente.

Declarações polêmicas

Mas uma coisa é certa: ele já pediu para deixar o cargo dizendo estar muito cansado (e ficou, a pedido do próprio Lula). Com esta mais recente iniciativa, ganhou mais pontos positivos que tendem a ajuda-lo a apagar as polêmicas em que se envolveu e provocaram fúria em muita gente.

Uma delas foi quando defendeu a soltura de “inocentes” ou de pessoas com participação mínima nos atos de 8 de Janeiro de 2023. Afirmou, na época, que essa iniciativa poderia “contribuir para a pacificação do país”. Terminou sendo acusado por petistas de estar defendendo a anistia aos presos bolsonaristas.

“Na hora que você solta um inocente ou alguém que teve envolvimento pequeno, isso ajuda a pacificar. O Brasil precisa disso. Ninguém aguenta mais esse radicalismo”, acrescentou, se explicando melhor. Também reforçou a necessidade de dosimetria nas punições, diferenciando os envolvidos conforme o grau de responsabilidade.

Sem golpes

Outro enrosco em que se meteu foi quando disse que “nunca houve ameaça de golpe de Estado”. Depois ele explicou que não houve ameaça de golpe com uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Acrescentou em seguida que “golpista não precisa de Constituição, de livro, de regra”.

“Eu acho que a gente tem margem para conversar, sem viés eleitoral, sem viés partidário, sem polarização, porque as Forças Armadas são guardiões do país, do Brasil", frisou. Mais uma vez, teve quem o achou pertinente e também quem não gostou da sua fala, dentro do governo.

“Encantador” e “perigoso”

Nessas idas e vindas, o ministro tem recebido apelidos pitorescos, como o de “encantador até de serpentes”, por ser festeiro e hoje próximo de muitos nomes do Palácio do Planalto com quem antes de 2023 tinha pouca ou nenhuma aproximação. E de “perigoso”, pelo dinamismo que possui ao tocar seu ministério e se entrosar junto aos integrantes das Forças Armadas.

O presidente Lula, sempre que perguntado a respeito, segundo fontes do Planalto desconversa e diz que tem nele um dos seus melhores ministros. Já o próprio Múcio, evita conflitos e foge de uma saia justa para outra com habilidades diversas.

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