
Julgamento Histórico: Mauro Cid decide não ir, Bolsonaro e outros acusados de trama golpista ainda avaliam
19/08/2025 -
O tenente-coronel Mauro Cid decidiu não comparecer ao julgamento do plano de golpe marcado para começar no dia 02/09, para evitar constrangimento com os demais réus. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro assinou um termo de colaboração premiada e seus depoimentos serviram como base para o avanço da investigação sobre a trama golpista para tentar manter o ex-presidente no poder. Nessa fase do processo, os réus não têm obrigação de comparecer às sessões nas quais os advogados apresentarão argumentos técnicos e dos fatos de acordo com as teses já expostas nas alegações finais.
Bolsonaro e outros acusados
Os outros envolvidos na trama golpista ainda avaliam se vão comparecer ao julgamento. De modo geral, advogados desaconselham a presença pelo desgaste e tensão. Caso decida ir ao STF, o ex-presidente Bolsonaro terá de pedir autorização à Corte, visto que está em prisão domiciliar desde o dia 04/08 por determinação do ministro Alexandre de Moraes. A medida foi imposta no âmbito do inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro do PL por sanções ao Brasil. Moraes avaliou que Bolsonaro, que já usava tornozeleira eletrônica, por descumprimento de restrições ao falar com apoiadores por vídeo e ter o conteúdo divulgado pelo senador Flávio Bolsonaro do PL.

Julgamento, considerado histórico
O ministro Cristiano Zanin, presidente da 1a Turma do STF, marcou para o dia 02/09 o início do julgamento do chamado núcleo crucial da trama golpista. A Primeira Turma terá sessões extraordinárias nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro para análise do caso. Os advogados dos réus do chamado núcleo crucial já iniciaram a preparação para o julgamento, considerado histórico. Além de definir o destino de Bolsonaro e dos 7 demais acusados, o processo também coloca em evidência a atuação e as estratégias de criminalistas renomados, assim como de outros ainda pouco conhecidos. Cada um dos advogados terá 1 hora para rebater as acusações da PGR. Embora o procurador-geral Paulo Gonet pudesse ter um tempo maior devido à quantidade de réus, ele deverá usar o mesmo tempo das defesas, mantendo seu estilo sucinto.