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Lula vs. Trump: xadrez na Malásia, por Roberto Vieira*

27/10/2025 -

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A reunião em Kuala Lumpur, fora do eixo tradicional, foi um movimento geopolítico crucial para o Brasil. O objetivo principal era transformar uma crise comercial (o “tarifaço” e as sanções da Lei Magnitsky) em uma agenda de negociação pragmática.

A escolha

A escolha da Malásia, à margem da Cúpula da ASEAN, reforçou a busca de Lula por um papel de protagonista no Sul Global, evitando a polarização ideológica e focando no interesse nacional: reverter as taxas americanas e abrir canais de diálogo concretos. Foi uma tática de despolitização de uma crise, forçando o foco na economia.

Xadrez

A diplomacia de alta tensão entre Brasil e EUA é um duelo de xadrez: um confronto de estilos de liderança e estratégias. O tabuleiro é o cenário geopolítico global e as peças são os interesses nacionais (tarifas, sanções, mercados, Big Techs). Este encontro na Malásia funcionou como o meio-jogo, onde a estratégia vence a tática inicial.

O desafio

O desafio de Lula foi neutralizar o ataque surpresa de Trump (o tarifaço) e converter o jogo em uma batalha posicional, garantindo que o resultado final fosse alcançado por concessões mútuas, e não por imposição.

Trump/Tal

Donald Trump é o Grande Mestre Mikhail Tal, o gênio tático e agressivo. Seu estilo se baseia no Gambito, sacrificando a estabilidade imediata (tarifas) para criar caos e pressão psicológica no adversário. Trump usa a imprevisibilidade e os movimentos repentinos para desestabilizar a posição do oponente, forçando erros. Na Malásia, ele utilizou a manutenção das tarifas como uma peça sacrificada para garantir que sua pauta (acesso ao mercado de etanol brasileiro e regulamentação das Big Techs) fosse incluída na mesa de negociação.

Lula/Mequinho

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reflete o estilo do mestre brasileiro Mequinho (Henrique Mecking), sinônimo de solidez, estratégia e paciência. Seu estilo é posicional e depende da profilaxia, prevenindo os ataques adversários e fortalecendo a posição no longo prazo.

Lula evitou a confrontação ideológica direta, preferindo o terreno neutro para levar o jogo a um estágio onde a resiliência e os números (os dados comerciais) tivessem mais peso do que a bravata. O objetivo é a vitória por acúmulo de pequenas vantagens e pela preservação da integridade nacional.

Final
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O encontro foi um empate tático inicial, mas com uma vitória diplomática para o Brasil. Lula (Mequinho) conseguiu neutralizar a ameaça de Trump (Tal) e forçou o jogo para um estágio técnico e controlado pelos negociadores.

A vitória

A vitória final, ou seja, a remoção das tarifas e sanções, dependerá da capacidade do Brasil de executar sua estratégia no longo prazo. Lula garantiu o que precisava: a abertura do canal de diálogo para resolver problemas concretos, movendo o foco da retórica política para a negociação comercial.

Nota: Tal e Mequinho se enfrentaram em uma única partida oficial de xadrez, em Las Palmas, 1975, com vitória de Mequinho.

*Roberto Vieira é médico e cronista. Preceptor da Residência de Oftalmologia da Fundação Santa Luzia/Casa Forte e da Uninassau.

NR - Os textos assinados expressam a opinião dos seus autores

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