
O grande XICO BIZERRA, que um dia escreveu a letra: " Se tu quiser, eu invento um vento pra ventar o amor..." falando sobre UM CORAL MAIOR QUE IMENSO DE MIL COLIBRIS. É talento demais da conta.
19/11/2021 - Xico Bezerra
AMOR IMENSO
Nada como um elogio, uma crítica favorável, tanto no campo literário como no musical, para alimentar o amor próprio, massagear nosso ego e contribuir, como combustível generoso, para o prosseguimento da lida. Mas há também o outro lado. Um Poeta (nem sei se posso defini-lo como tal) no dia do lançamento do meu livro de crônicas BREVIÁRIO LÍRICO DE UM AMOR MAIOR QUE IMENSO questionou-me sobre o título, argumentando que IMENSO é um superlativo que não admite a existência de algo maior. Como poderia o meu amor ser maior que imenso?
TÍTULO ERRADO?
No entender desse 'crítico literário' o título do meu livrinho está errado. Isso, a meu ver, apenas o descredencia como Poeta. Como amigo, não. Continuo a considerá-lo, tanto que não revelo o seu nome, apenas ressalto ser ele bastante conhecido nas hostes musicais, principalmente. De outra feita, um outro 'Poeta' amigo (este, sequer lembro o nome) apontou erro grosseiro em minha música MIL COLIBRIS, quando, a certa altura, falo no coro de mil colibris saudando a mulher amada. Indaguei-lhe se o erro era de concordância ou decorrente de algum outro deslize gramatical e ele respondeu-me que o equívoco decorria de uma inadequação lógica tendo em vista que colibris não cantam e, assim sendo, seria impossível um coro deles. Respondi-lhe (e depois arrependi-me da grosseria) que os colibris dele podem não cantar mas os meus, ah, estes cantam mais que qualquer sabiá ou curió.
COM LICENSA
Não compreendem estes pretensos bardos que a infinitude e a riqueza da poesia se inserem no permitido licenciamento concedido aos Poetas e está fora das paredes engessadas das lógicas óbvias e delimitações de regras, quaisquer que sejam, inclusive as gramaticais. O caminhante dos mesmos e velhos caminhos, não entendendo ou não admitindo metáforas, desconhecem o novo e terá como destino um pobre lugar-comum.
ENQUANTO ISSO,
Seguimos absorvendo os dissabores a que estão sujeitos aqueles que escrevem ou compõem. Me abstendo de perder tempo com quem não merece um segundo: continuo caminhando e cantando e escrevendo, recebendo as críticas e delas até me alimentando para escrever minhas historinhas. Como esta. E compondo músicas, como COPO DE NADA que, pelo título, certamente estimulará a sanha crítica dos juízes severos da obra alheia. Pobres críticos: pensam que são Poetas.