
Cannabis Ativa - Coluna de Ubirajara Ramos* - Recife discute a Cannabis
18/05/2022 - Ubirajara Ramos
Anteontem (16/5), numa Reunião Pública presidida pelo vereador Ivan Moraes (PSOL), o uso medicinal da maconha foi discutido na Câmara Municipal do Recife. O parlamentar falou que vai apresentar um Projeto de Lei sobre o tema e lançou a cartilha ‘Maconha para a Saúde – Um guia sobre o uso medicinal e terapêutico’.
LABORATÓRIO E CONSULTÓRIO
Acrescentando: “A tarefa estadual é a de que Pernambuco, um dos poucos estados que possui laboratório no país, já poderia estar produzindo medicamentos. E no Recife, que tem uma parceria com a UFPE com Consultório Canábico proporcionando atendimentos todas as sextas-feiras, poderia a Prefeitura facilitar recursos para que mais pessoas da medicina possam receitar esses medicamentos”.
PIONEIRISMO DO RECIFE
Rodrigo Cariri, médico e coordenador do Ambulatório Canábico/SIS/UFPE, lembrou que “Recife está se constituindo como primeira experiência no Brasil de oferecer acompanhamento às famílias e aos pacientes que usam os canabinoides no SUS”.
SEM EFEITO COLATERAL
Elaine Cristina, representante do Coletivo Mães Independentes e Pretas Juntas, disse: “Nossas crianças fazem usos de alopatas com efeitos colaterais, e meu filho, hoje com a planta, tem chances de andar. E é preciso proporcionar isso para outras famílias, por meio de uma planta que não tem efeito colateral e reduz muitos outros medicamentos”.
PRIMEIRA OPÇÃO
Hélida Lacerda, presidente da Aliança Medicinal, também citou o caso do seu filho: “Ele tinha antes 80 convulsões por dia e hoje ele não tem mais. Vou repetir minha história quantas vezes for preciso e deixo a dica: Cannabis como primeira opção”.
CÂNCER DE MAMA
Dentre o público presente, destacamos o depoimento da professora Roberta Uchoa, pesquisadora-líder do Grupo de Estudos sobre Álcool e outras Drogas - Gead/UFPE: “Em 2019, fui diagnosticada com câncer de mama e fui submetida a 16 sessões de quimioterapia endovenosa e, depois, mais 6 meses oral. A oncologista prescreveu vários remédios alopáticos, e eu disse que trocaria tudo pelo óleo da maconha.
QUIMIOTERAPIA E ÓLEO DE MACONHA
Ela me proibiu, porque achava que daria interação medicamentosa, com redução da quimioterapia. Contudo, iniciei com o óleo da maconha e não tomei a medicação prescrita. Somente informei a médica depois de várias sessões. Do meio para o final do meu tratamento, ela forneceu meu telefone a duas pacientes com câncer para que eu conversasse com elas sobre minha experiência. Certamente mudou de posição sobre o óleo da maconha”.
Avante, Ivan Moraes!
* Auditor fiscal e ativista pró-liberação da maconha